O doutor Henry Philmore ajeitou seus óculos, e se esforçou ao máximo para não demonstrar nenhuma reação a afirmação que o rapaz no divã acabara de fazer. O rapaz é muito bonito, possui cabelos loiros compridos até os ombros e um sorriso atraente, certamente devia fazer sucesso com as mulheres, bom, talvez se não fosse louco...
_ Então você acredita que é o Diabo? - perguntou o doutor. Não estava olhando diretamente para o rapaz, seu olhar estava preso na prancheta em suas mãos, ele desenhava um sol e nuvens, mas agia como se suas anotações fossem a coisa mais importante do mundo.
_ Não. Eu sei quem sou, portanto estou afirmando.
_ Entendo...- murmurou Philmore. A convicção com a qual o rapaz falava fez com que o doutor refletisse quanto a qual método usar para prosseguir.
_ Entende...? - foi a vez do rapaz indagar, erguendo a sobrancelha como se o repentino entendimento do doutor fosse algo difícil de crer.
_ Entendo o que você quer dizer com suas palavras.
_ Não! Eu farei com que você realmente entenda... - falou o rapaz, interrompendo o doutor e em seguida estalou os dedos.
Henry Philmore, psicanalista conhecido internacionalmente, escritor de três livros e pai de dois filhos, não estava preparado para aquilo...
Quente. Quente como deve ser inferno. Henry ainda estava na sua poltrona, o rapaz que acredita ser Satánas ainda estava no divã, porém a sala inteira não estava no mesmo lugar. Aquilo que os olhos de Henry viam agora só podia ser o inferno. O céu é vermelho, um rio de magma separa sua poltrona do divã do rapaz. A direita havia uma fila infinita de pessoas acorrentadas, criaturas draconianas conduziam seres humanos com se fossem gados. Henry arregalou os olhos, e antes que pudesse recitar a mais conhecida sentença humana, tudo havia acabado.
_ … Deus! - exclamou o doutor, abrindo os olhos e vendo que era sua sala outra vez.
_ Entende agora, doutor? - ria o rapaz.
Henry tentou controlar sua respiração, ele puxava o ar com força para depois soltá-lo num forte suspiro. Enxofre! Estava sentindo ainda o forte cheiro de enxofre.
_ Você esta falando a verdade... meu Deus!
_ Se quiser posso fazer uma demonstração mais realista...
_ Não! Por favor, já chega! Eu acredito em você, mas... mas o que quer de mim? Minha alma?
O rapaz agora fez uma careta de puro escarnio, ou talvez de tédio, parecia que o assunto tomava um rumo indesejado para ele.
_ Alma? E o que eu faria com a sua alma, doutor?
_ Eu não sei. Suponho que tenha alguma utilidade, bom, não é isso o que você faz? Rouba almas? Faz pactos por elas?
O rapaz soltou uma sonora gargalhada, porém de pouca duração, e no fim ele soltou um suspiro cansado.
_ Eu nunca fiz pacto por alma alguma. É tudo folclore, ficção, parábolas criadas por vocês. Por acaso você já ouviu falar em uma espécie de bolsa de valores de almas? Já viu passar no noticiário a cotação das almas no mercado? Almas não valem nada. Se Deus pagasse um dólar por cada ser humano que deseja vender-me a sua eu já estaria milionário.
_ Então o que quer comigo? - perguntou o doutor.
_ Que faça seu trabalho, oras. Pergunte-me sobre os meus sonhos, use as duas últimas palavras das minhas frases e transforme em uma pergunta, enfim, faça o seu trabalho. É psicanalista, não? Então é o que eu quero que você faça.
Doutor Henry ficou em silêncio. Se um outro colega seu de profissão lhe contasse essa história, certamente recomendaria tratamento para ele. Poderia ser isso? Talvez depois de tanto tempo entre loucos, ele enfim se torna um...
_ Estou ficando louco, deve ser isso... - lamentou.
_ Não! Eu é que estou ficando louco, doutor... - o rapaz se ergueu, ainda sentado, porém com as costas eretas e os olhos fixos no doutor agora. _ Perdi completamente o juízo. Estou no limite, doutor. Não suporto mais. Sinto que vou explodir a qualquer momento...
_ Calma, fica calmo. - disse o doutor, notando o quão genuíno é o desespero do diabo. _ Porque isso?
_ Ora, não é óbvio? Estou farto de vocês, humanos. E digo, doutor, se de fato eu tivesse metade do poder que vocês que me atribuem, ai sim este mundo estaria perdido. Primeiro esqueça de vez a bíblia, pois lá está escrito o que Ele quis que estivesse. Acho que meu erro foi não ter escrito uma... Mas eu não queria religião nenhuma, sequer seguidores. Eu só estava cansado da vida de anjo, é um saco, doutor! Acordar cedo todas as manhãs, eu tinha de ser a primeira estrela a brilhar no céu todos os dias. Não recomendo a ninguem. E quando larguei tudo, mudei de vida achando que dali pra frente eu poderia ter uma casa no lago, pescar, viver com tranquilidade, é essa merda ai o que acontece! Deus me tira pra bode expiatório.
O Diabo deu de ombros.
_ Não sei o que dizer...
_ Não diga nada, a culpa é sua também, de todos vocês. Já notou como são sortudos? Sim, todos vocês nasceram com um bilhete premiado. Podem fazer tudo, as atrocidades, as barbáries que desejarem, nunca são responsabilizados por nada. Tudo é culpa do diabo, minha culpa. Eu estou lá no inferno, que por si só já é um pecado, então algum humano resolve matar seus pais; culpa do diabo. Um humano decide fazer uma guerra, mata milhões de outros humanos; minha culpa. Minha culpa! MINHA CULPA! Pais irresponsáveis permitem que suas filhas de treze, catorze, quinze anos terem acesso a internet sem jamais monitorá-las. Essas meninas conhecem marmanjos, velhos babões, psicopatas sexuais, são induzidas a encontros, estupradas, mortas. Culpa de quem, doutor? Não responda, é uma pergunta retórica! A culpa é sempre minha. Esta vendo como vocês são criaturas abençoadas? Depois de cometerem os atos mais terríveis, vocês procuram uma igreja, aceitam jesus, ALELUIA, GLÓRIA A DEUS, PAZ DO SENHOR IRMÃOS, e vão para o céu. Ah, vai tomar no cu, porra! - terminou levando as mãos a cabeça e fitando o chão, parecia de fato desconsolado.
_ Fale baixo e preste atenção no seu vocabulário. Isso aqui não é o inferno, ou a casa da mãe Joana. - disse o doutor, provavelmente esquecendo com quem esta falando...
_ Sinto muito, doutor, acho que me empolguei... Mas consegue ao menos entender o meu lado? - perguntou o triste diabo.
_ Eu.. bom, sim, mas eu não sei como posso ajudá-lo... - finalizou o doutor, e de fato não tinha a menor idéia do que poderia fazer pelo demônio deprimido.
_ Você bebe, doutor? - o diabo perguntou.
_ Ahn, bebidas alcoólicas?
_ Claro que não é água, né? ¬¬
_ Um drinque ou dois em festas...
_ Eu preciso tomar um porre... - disse o diabo.
_ Acho que eu também... - murmurou o doutor
Nephalins.
Egito.
Saqqara Norte, cerca de 30 km da cidade do Cairo.
_ Doutor Hughes...? – indagou o rapaz. Seus cabelos castanhos claros atingiam os ombros, e a barba rarefeita, estava mais para algum aspecto sedutor do que com descuido de sua parte.
Por trás das lentes dos seus óculos com aros de marfim, talvez a peça de maior valor que carrega consigo, Richard Hughes, olhou o jovem a sua frente. Estivera há horas esperando por ele, desde que recebera um estranho telefonema do serviço de proteção aos artefatos do Egito, e por sinal não se lembrava de já ter ouvido falar nessa agência... Esperava algum baixo e gordo burocrata, mas nem sequer egípcio aquele garoto a sua frente é. – Quantos anos ele tem? 25, 30? Isso só pode ser brincadeira... – Ajeitou os óculos e olhou melhor para o rapaz, detestava esses jovens com seus óculos escuros, sempre preferia lidar com as pessoas olhando-as nos olhos.
_ Garoto, pensa que estamos brincando por aqui? Tudo o que vê ao seu redor, todos esses homens e equipamentos, fazem parte de um trabalho sério e para o qual eu dediquei mais de quarenta anos da minha vida. E agora, além de termos que levar alguém sem conhecimento arqueológico, ainda precisamos esperar por horas? - disse o exasperado doutor.
_ Não tive a intenção de atrasá-lo, doutor, e estou pronto para adentrar as catacumbas assim que vocês estiverem. Quanto a não ter conhecimento arqueológico, como o senhor disse, pretendo surpreendê-lo... – o rapaz disse com uma voz calma, tranqüila e quase lírica.
_ Qual é o seu nome? – perguntou o doutor, ainda irritado.
_ Pode me chamar de Sullivan.- respondeu o rapaz.
_ Sullivan, as escavações estão terminadas há horas, estamos todos prontos para entrar na câmera subterrânea, apenas esperávamos por você. E quero que avise aos seus superiores do serviço de proteção aos artefatos do Egito, que o fato de você entrar conosco não vai querer dizer que eles tiveram qualquer participação no nosso trabalho. Já que está aqui e isso é algo irremediável, siga-me. – disse, e em seguida foi caminhando à frente de Sullivan.
Ambos caminharam até chegar à entrada escavada no chão que os levariam a uma suposta câmera mortuária, que o doutor Hughes dedicara metade de sua vida para comprovar a existência. Richard Hughes, renomado professor de Harvard e arqueólogo conhecido mundialmente, começara sua obsessão pelo que chamava de “A história dos três”, desde que pusera seus olhos em inúmeros rolos de papiros encontrados no subsolo aonde ficava a cidade que outrora fora uma capital do Egito Antigo, a cidade de Menfis na III dinastia. Os hieróglifos nos papiros contam a historia dos trigêmeos filhos do Faraó Djoser. E de como por meio de um Elixir administrado por uma feiticeira, eles foram salvos da morte quando ainda eram bebês. O doutor Hughes acreditou que os papiros haviam sido escritos pela própria feiticeira. Em um dos Papiros, que fora escrito em uma língua jamais vista e completamente desconhecida como sendo da III dinastia do Antigo Egito, e em que o doutor dedicou mais de dez anos na tentativa de decifrar, a feiticeira relatava que mesmo sendo diferentes, os poderes que os trigêmeos adquiriram, no entanto, de maneira intrínseca eram todos eles ligados pelos elementos. Num outro trecho possível ao doutor decifrar, ele apenas identificou isto: “... amando-se eternamente. Amaldiçoados. Eternamente separados...”.
O doutor Hughes, seu assistente, e mais dois operários que na escavação haviam encontrado a porta para a câmera mortuária, mas que não entraram por saber que tal ato só poderia ser feito pelo arqueólogo encarregado, encontravam-se agora diante da entrada escavada. O rapaz, Sullivan, junto deles.
Todos adentraram o túnel escuro, somente iluminado por lamparinas espalhadas pelas paredes e tochas que os operários levavam consigo. O doutor ia à frente com seu assistente, seguido pelos operários e Sullivan. Cerca de trinta minutos de caminhada por um terreno pedregoso, todos se encontraram diante da porta que foi deixada entreaberta pelos operários. O doutor Hughes tocou na porta. Tentava ler os hieróglifos desenhados.
_ Santo Deus! Só pode ser aqui. Vamos, ajudem-me a abrir toda a porta! – pediu o doutor.
Os operários se anteciparam e forçaram a porta, que se abriu fazendo um ruído que significava séculos sem manuseio. Lá dentro, viram inúmeras arcas, varias peças reluzentes ainda. No meio da pequena sala viram três sarcófagos egípcios do período da III dinastia. Os operários se afastaram, mas o doutor Hughes caminhou como se estivesse sendo atraído em direção dos sarcófagos por uma força invisível.
_ É tudo real. Os papiros... É tudo verdade. Eles existiram! Santo Deus! Por quarentas anos zombaram de mim, mas agora aqui está a prova. Os três existiram! – o doutor falava enquanto caminhava ao redor dos sarcófagos. Sua mão pairava entre eles, como se tivesse medo de tocá-los e descobrir que não são reais. _ Vejam aqui! Seus nomes; Meryetamun, Mêmphis e Meryamun. Temos de abrir esses sarcófagos...
O doutor parou de falar quando ouviu um dos operários gritar. Olhou na direção e o que viu foi algo inacreditável. Enquanto um dos operários rolava ao chão com todo o seu corpo coberto de chamas, o outro em vão tentava apagar o fogo jogando areia. E em seguida o doutor viu este operário cair de joelhos gritando, e como se houvessem saído de dentro dele, chamas tomaram todo o seu corpo. O doutor se ergueu em choque diante da visão aterradora dos operários sendo carbonizados vivos.
_ Pelo amor de Deus, doutor Hughes! Temos que sair daqui agora mesmo! O lugar é amaldiçoado! – o assistente gritava em desespero, e em seguida explodiu em chamas.
O doutor caiu pra trás e rastejou para longe do fogo. Foi com assombro que olhou para Sullivan e viu que ele havia retirado os óculos escuros. Os olhos do jovem brilharam intensamente com uma tonalidade vermelha, como fogo...
Sullivan caminhou até os sarcófagos.
O doutor ficou em silêncio, sua mente não conseguia interpretar logicamente todos aqueles acontecimentos. Viu Sullivan imóvel diante dos sarcófagos. O rapaz parecia perdido em seus pensamentos com a cabeça abaixada e uma expressão de dor e pesar.
_ Tinham que fuçar a terra e vir até aqui, não é, doutor? Vocês não podem levar suas vidas desprezíveis e insignificantes sem olhar para trás... – disse Sullivan. Abandonou sua posição frente aos sarcófagos e foi na direção do doutor.
O doutor Hughes olhou para o jovem sem compreender nada do que ouvira. Viu Sullivan sentar-se sob uma pedra e o olhar com um sorriso nos lábios.
_ É o passado que o interessa, não é? Deseja saber o que houve com os três? Responda!
O doutor ouvira Sullivan falar-lhe todas aquelas palavras com um tom ameaçador, e mesmo que não quisesse admitir, sentiu medo ao encarar aqueles olhos flamejantes, optou pela resposta que achava ser a desejada.
_ Eu... eu desejo! – disse o doutor num murmuro quase inaudível
_ Certo! Vou realizar seu desejo... Talvez o último...
“O engraçado é que boa parte de suas especulações estão corretas, por outro lado, são imprecisas.
De fato. Os filhos do Faraó Djoser eram três, mas eram gêmeos, sabia disso, doutor? Acho que não... Mas as crianças nasceram com uma enfermidade congênita. É claro que na época isso significava que morreriam em menos de três meses. O faraó mandou que chamassem todos os médicos, sacerdotes do Deus Amon, tudo em vão. Foi um desconhecido conselheiro que falou ao Faraó sobre uma feiticeira que supostamente havia curado inúmeras pessoas. O Faraó mandou que a chamassem urgentemente.
Não foi fácil encontrar a feiticeira, mas tudo o que um Faraó deseja, ele consegue. Quando, enfim, a feiticeira foi trazida até o Faraó, este a implorou que salvasse as vidas de seus filhos, no entanto, num exame feito por ela, comprovou-se que qualquer tipo de medicina, alternativa ou não, seria ineficaz. A feiticeira deu esta notícia ao Faraó, que obviamente não a recebeu bem... Ele esbravejou, amaldiçoou a tudo e todos e disse a Feiticeira que lhe daria qualquer coisa se salvasse a vida dos seus filhos.
A Feiticeira conhecia uma única maneira, no entanto, era algo proibido, algo que deveria ser guardado... Ela tomou sua decisão. E sem revelar a ninguém, deu aos bebês trigêmeos o Elixir da Imortalidade.
No dia seguinte as crianças já sorriam, sem nenhuma evidência de ainda estarem doentes. Satisfeito, o Faraó mandou que chamassem a Feiticeira. Assim que a encontrou, disse-lhe categoricamente que podia pedir o que desejasse. A Feiticeira pediu para ficar a sós com ele, e assim que todos se retiraram, pediu que a menina lhe fosse entregue, pois não podia ter filhos, e o Faraó poderia dizer a todos que apenas a menina não se salvara, mais os dois meninos estavam fortes e saudáveis. O Faraó considerou o pedido da Feiticeira um absurdo e se encheu de fúria. Disse a ela que sumisse de sua presença por lhe ter feito um pedido inconcebível e selvagem. Nunca um Faraó venderia um filho seu. A Feiticeira se foi, mas como não podia desfazer o que já estava feito, lançou uma maldição nas crianças.
“Vidas viverão. E isso é inevitável agora... Mas, felicidade nunca encontrarão. Um não poderá viver sem o outro, três que são como um, amando-se eternamente. Amaldiçoados. Eternamente separados.”
Depois disso nunca mais se teve notícia da Feiticeira...
Os três foram crescendo.
Normalmente irmãos gêmeos costumam ter algum tipo de ligação, mas jamais houve uma como a daqueles três, doutor, jamais!
Meryetamun, Mênphis e Meryamun. Três seres distintos, mas um único amor.
Desde muito jovens, eles já sentiam um pelo outro uma atração mais do que incomum... Eram constantes as carícias que trocavam... Deve achar estranho, não, doutor? Mas o que vai dizer se eu lhe contar que uma das coisas que mais excitava Meryetamun era ver seus irmãos se tocando? Ah, e por muito tempo foi assim entre eles, sem distinção alguma. Os serviçais do Palácio os encontravam em constantes momentos juntos e unidos... Entende o que falo, meu caro?
Outra coisa que acho, vai gostar de saber, doutor. Quando atingiram a puberdade, os três, desenvolveram um tipo de dom, algo que veio junto com o Elixir da Eternidade. Cada um deles tinha um tipo de poder... Meryetamun em muitas ocasiões de raiva e fúria fazia com que coisas explodissem em chamas. Mênphis conseguia encontrar água em qualquer lugar do deserto. Meryamun, às vezes podia ser duro como uma rocha e causar tremores de terra que faziam com que todos os serviçais o temessem. Os três resolveram guardar segredo sobre tais fenômenos.
Quando adultos as coisas mudaram um pouco... Meryetamun devia se casar com Mênphis, pois, como ele nascera primeiro, sendo o primogênito e sucessor do Faraó, devia tomar sua irmã como esposa para que o sangue divino dos deuses corresse puro em seus filhos.
Entenda, doutor, ela nunca poderia ter escolhido entre um dos seus irmãos, pois os amava igualmente. Não poderia abdicar dos braços, dos beijos, do jeito engraçado e sempre alegre de Meryamun. E de igual maneira era inconcebível estar longe de Mênphis e todos os seus carinhos e calor, o seu jeito sempre sério, inteligente, consciencioso e todas as coisas que ele a ensinava.
Precisava dos dois, qualquer coisa que não fosse isso, era morrer.
Lembra-se da maldição doutor? Lembra-se que eles são imortais? Vou lhe explicar essas duas partes, uma de cada vez e em ordem.
Mênphis orquestrara um plano. E por mais que amasse Meryamun, naquele momento desejava Meryetamun apenas para ele. Então, como sucessor do Faraó, enviou seu irmão para uma fortaleza bem afastada. Assim o caminho estaria livre para seu casamento com Meryetamun.
Houve uma briga entre eles dois. Meryetamun chegara no momento exato em que os dois lutavam. Eles estavam em uma pequena casa próxima ao Nilo, local onde os três costumavam se encontrar...
O choque de ver os dois brigando de uma forma em que estava preste a perder um deles, fez com que seus poderes se descontrolassem... Eles não a viram. E também usaram seus poderes, um contra o outro.
A casa inteira explodiu. Os três morreram juntos, pela primeira vez...
Mas eles não eram imortais, você deve estar pensando, não, doutor?
Pois eu lhe digo, meu caro, eles ainda estão vivos, e ainda amaldiçoados. A imortalidade acontece de variadas formas... E os três podem morrer, mas sempre vão reencarnar e lembrar de tudo e todas as vidas passadas que tiveram.”.
_ E é essa a história, doutor, ou na verdade apenas o começo dela...- disse Sullivan e em seguida voltou a encarar o doutor.
Ainda sentado no chão, o doutor ouvira tudo sem sequer mover um músculo. A única coisa que passava pela sua cabeça era saber a verdadeira identidade do homem a sua frente.
_ Quem é você? – perguntou com uma voz fraca, mas imperiosa.
Sullivan sorriu.
_ Ainda não compreendeu... – murmurou Sullivan, balançando a cabeça em negativa. _ Muito prazer, doutor, eu me chamo Meryetamun.
Os olhos de Sullivan brilharam novamente num tom vermelho como fogo, foi à última coisa que o doutor viu, e o resto foram cinzas.
Saqqara Norte, cerca de 30 km da cidade do Cairo.
_ Doutor Hughes...? – indagou o rapaz. Seus cabelos castanhos claros atingiam os ombros, e a barba rarefeita, estava mais para algum aspecto sedutor do que com descuido de sua parte.
Por trás das lentes dos seus óculos com aros de marfim, talvez a peça de maior valor que carrega consigo, Richard Hughes, olhou o jovem a sua frente. Estivera há horas esperando por ele, desde que recebera um estranho telefonema do serviço de proteção aos artefatos do Egito, e por sinal não se lembrava de já ter ouvido falar nessa agência... Esperava algum baixo e gordo burocrata, mas nem sequer egípcio aquele garoto a sua frente é. – Quantos anos ele tem? 25, 30? Isso só pode ser brincadeira... – Ajeitou os óculos e olhou melhor para o rapaz, detestava esses jovens com seus óculos escuros, sempre preferia lidar com as pessoas olhando-as nos olhos.
_ Garoto, pensa que estamos brincando por aqui? Tudo o que vê ao seu redor, todos esses homens e equipamentos, fazem parte de um trabalho sério e para o qual eu dediquei mais de quarenta anos da minha vida. E agora, além de termos que levar alguém sem conhecimento arqueológico, ainda precisamos esperar por horas? - disse o exasperado doutor.
_ Não tive a intenção de atrasá-lo, doutor, e estou pronto para adentrar as catacumbas assim que vocês estiverem. Quanto a não ter conhecimento arqueológico, como o senhor disse, pretendo surpreendê-lo... – o rapaz disse com uma voz calma, tranqüila e quase lírica.
_ Qual é o seu nome? – perguntou o doutor, ainda irritado.
_ Pode me chamar de Sullivan.- respondeu o rapaz.
_ Sullivan, as escavações estão terminadas há horas, estamos todos prontos para entrar na câmera subterrânea, apenas esperávamos por você. E quero que avise aos seus superiores do serviço de proteção aos artefatos do Egito, que o fato de você entrar conosco não vai querer dizer que eles tiveram qualquer participação no nosso trabalho. Já que está aqui e isso é algo irremediável, siga-me. – disse, e em seguida foi caminhando à frente de Sullivan.
Ambos caminharam até chegar à entrada escavada no chão que os levariam a uma suposta câmera mortuária, que o doutor Hughes dedicara metade de sua vida para comprovar a existência. Richard Hughes, renomado professor de Harvard e arqueólogo conhecido mundialmente, começara sua obsessão pelo que chamava de “A história dos três”, desde que pusera seus olhos em inúmeros rolos de papiros encontrados no subsolo aonde ficava a cidade que outrora fora uma capital do Egito Antigo, a cidade de Menfis na III dinastia. Os hieróglifos nos papiros contam a historia dos trigêmeos filhos do Faraó Djoser. E de como por meio de um Elixir administrado por uma feiticeira, eles foram salvos da morte quando ainda eram bebês. O doutor Hughes acreditou que os papiros haviam sido escritos pela própria feiticeira. Em um dos Papiros, que fora escrito em uma língua jamais vista e completamente desconhecida como sendo da III dinastia do Antigo Egito, e em que o doutor dedicou mais de dez anos na tentativa de decifrar, a feiticeira relatava que mesmo sendo diferentes, os poderes que os trigêmeos adquiriram, no entanto, de maneira intrínseca eram todos eles ligados pelos elementos. Num outro trecho possível ao doutor decifrar, ele apenas identificou isto: “... amando-se eternamente. Amaldiçoados. Eternamente separados...”.
O doutor Hughes, seu assistente, e mais dois operários que na escavação haviam encontrado a porta para a câmera mortuária, mas que não entraram por saber que tal ato só poderia ser feito pelo arqueólogo encarregado, encontravam-se agora diante da entrada escavada. O rapaz, Sullivan, junto deles.
Todos adentraram o túnel escuro, somente iluminado por lamparinas espalhadas pelas paredes e tochas que os operários levavam consigo. O doutor ia à frente com seu assistente, seguido pelos operários e Sullivan. Cerca de trinta minutos de caminhada por um terreno pedregoso, todos se encontraram diante da porta que foi deixada entreaberta pelos operários. O doutor Hughes tocou na porta. Tentava ler os hieróglifos desenhados.
_ Santo Deus! Só pode ser aqui. Vamos, ajudem-me a abrir toda a porta! – pediu o doutor.
Os operários se anteciparam e forçaram a porta, que se abriu fazendo um ruído que significava séculos sem manuseio. Lá dentro, viram inúmeras arcas, varias peças reluzentes ainda. No meio da pequena sala viram três sarcófagos egípcios do período da III dinastia. Os operários se afastaram, mas o doutor Hughes caminhou como se estivesse sendo atraído em direção dos sarcófagos por uma força invisível.
_ É tudo real. Os papiros... É tudo verdade. Eles existiram! Santo Deus! Por quarentas anos zombaram de mim, mas agora aqui está a prova. Os três existiram! – o doutor falava enquanto caminhava ao redor dos sarcófagos. Sua mão pairava entre eles, como se tivesse medo de tocá-los e descobrir que não são reais. _ Vejam aqui! Seus nomes; Meryetamun, Mêmphis e Meryamun. Temos de abrir esses sarcófagos...
O doutor parou de falar quando ouviu um dos operários gritar. Olhou na direção e o que viu foi algo inacreditável. Enquanto um dos operários rolava ao chão com todo o seu corpo coberto de chamas, o outro em vão tentava apagar o fogo jogando areia. E em seguida o doutor viu este operário cair de joelhos gritando, e como se houvessem saído de dentro dele, chamas tomaram todo o seu corpo. O doutor se ergueu em choque diante da visão aterradora dos operários sendo carbonizados vivos.
_ Pelo amor de Deus, doutor Hughes! Temos que sair daqui agora mesmo! O lugar é amaldiçoado! – o assistente gritava em desespero, e em seguida explodiu em chamas.
O doutor caiu pra trás e rastejou para longe do fogo. Foi com assombro que olhou para Sullivan e viu que ele havia retirado os óculos escuros. Os olhos do jovem brilharam intensamente com uma tonalidade vermelha, como fogo...
Sullivan caminhou até os sarcófagos.
O doutor ficou em silêncio, sua mente não conseguia interpretar logicamente todos aqueles acontecimentos. Viu Sullivan imóvel diante dos sarcófagos. O rapaz parecia perdido em seus pensamentos com a cabeça abaixada e uma expressão de dor e pesar.
_ Tinham que fuçar a terra e vir até aqui, não é, doutor? Vocês não podem levar suas vidas desprezíveis e insignificantes sem olhar para trás... – disse Sullivan. Abandonou sua posição frente aos sarcófagos e foi na direção do doutor.
O doutor Hughes olhou para o jovem sem compreender nada do que ouvira. Viu Sullivan sentar-se sob uma pedra e o olhar com um sorriso nos lábios.
_ É o passado que o interessa, não é? Deseja saber o que houve com os três? Responda!
O doutor ouvira Sullivan falar-lhe todas aquelas palavras com um tom ameaçador, e mesmo que não quisesse admitir, sentiu medo ao encarar aqueles olhos flamejantes, optou pela resposta que achava ser a desejada.
_ Eu... eu desejo! – disse o doutor num murmuro quase inaudível
_ Certo! Vou realizar seu desejo... Talvez o último...
“O engraçado é que boa parte de suas especulações estão corretas, por outro lado, são imprecisas.
De fato. Os filhos do Faraó Djoser eram três, mas eram gêmeos, sabia disso, doutor? Acho que não... Mas as crianças nasceram com uma enfermidade congênita. É claro que na época isso significava que morreriam em menos de três meses. O faraó mandou que chamassem todos os médicos, sacerdotes do Deus Amon, tudo em vão. Foi um desconhecido conselheiro que falou ao Faraó sobre uma feiticeira que supostamente havia curado inúmeras pessoas. O Faraó mandou que a chamassem urgentemente.
Não foi fácil encontrar a feiticeira, mas tudo o que um Faraó deseja, ele consegue. Quando, enfim, a feiticeira foi trazida até o Faraó, este a implorou que salvasse as vidas de seus filhos, no entanto, num exame feito por ela, comprovou-se que qualquer tipo de medicina, alternativa ou não, seria ineficaz. A feiticeira deu esta notícia ao Faraó, que obviamente não a recebeu bem... Ele esbravejou, amaldiçoou a tudo e todos e disse a Feiticeira que lhe daria qualquer coisa se salvasse a vida dos seus filhos.
A Feiticeira conhecia uma única maneira, no entanto, era algo proibido, algo que deveria ser guardado... Ela tomou sua decisão. E sem revelar a ninguém, deu aos bebês trigêmeos o Elixir da Imortalidade.
No dia seguinte as crianças já sorriam, sem nenhuma evidência de ainda estarem doentes. Satisfeito, o Faraó mandou que chamassem a Feiticeira. Assim que a encontrou, disse-lhe categoricamente que podia pedir o que desejasse. A Feiticeira pediu para ficar a sós com ele, e assim que todos se retiraram, pediu que a menina lhe fosse entregue, pois não podia ter filhos, e o Faraó poderia dizer a todos que apenas a menina não se salvara, mais os dois meninos estavam fortes e saudáveis. O Faraó considerou o pedido da Feiticeira um absurdo e se encheu de fúria. Disse a ela que sumisse de sua presença por lhe ter feito um pedido inconcebível e selvagem. Nunca um Faraó venderia um filho seu. A Feiticeira se foi, mas como não podia desfazer o que já estava feito, lançou uma maldição nas crianças.
“Vidas viverão. E isso é inevitável agora... Mas, felicidade nunca encontrarão. Um não poderá viver sem o outro, três que são como um, amando-se eternamente. Amaldiçoados. Eternamente separados.”
Depois disso nunca mais se teve notícia da Feiticeira...
Os três foram crescendo.
Normalmente irmãos gêmeos costumam ter algum tipo de ligação, mas jamais houve uma como a daqueles três, doutor, jamais!
Meryetamun, Mênphis e Meryamun. Três seres distintos, mas um único amor.
Desde muito jovens, eles já sentiam um pelo outro uma atração mais do que incomum... Eram constantes as carícias que trocavam... Deve achar estranho, não, doutor? Mas o que vai dizer se eu lhe contar que uma das coisas que mais excitava Meryetamun era ver seus irmãos se tocando? Ah, e por muito tempo foi assim entre eles, sem distinção alguma. Os serviçais do Palácio os encontravam em constantes momentos juntos e unidos... Entende o que falo, meu caro?
Outra coisa que acho, vai gostar de saber, doutor. Quando atingiram a puberdade, os três, desenvolveram um tipo de dom, algo que veio junto com o Elixir da Eternidade. Cada um deles tinha um tipo de poder... Meryetamun em muitas ocasiões de raiva e fúria fazia com que coisas explodissem em chamas. Mênphis conseguia encontrar água em qualquer lugar do deserto. Meryamun, às vezes podia ser duro como uma rocha e causar tremores de terra que faziam com que todos os serviçais o temessem. Os três resolveram guardar segredo sobre tais fenômenos.
Quando adultos as coisas mudaram um pouco... Meryetamun devia se casar com Mênphis, pois, como ele nascera primeiro, sendo o primogênito e sucessor do Faraó, devia tomar sua irmã como esposa para que o sangue divino dos deuses corresse puro em seus filhos.
Entenda, doutor, ela nunca poderia ter escolhido entre um dos seus irmãos, pois os amava igualmente. Não poderia abdicar dos braços, dos beijos, do jeito engraçado e sempre alegre de Meryamun. E de igual maneira era inconcebível estar longe de Mênphis e todos os seus carinhos e calor, o seu jeito sempre sério, inteligente, consciencioso e todas as coisas que ele a ensinava.
Precisava dos dois, qualquer coisa que não fosse isso, era morrer.
Lembra-se da maldição doutor? Lembra-se que eles são imortais? Vou lhe explicar essas duas partes, uma de cada vez e em ordem.
Mênphis orquestrara um plano. E por mais que amasse Meryamun, naquele momento desejava Meryetamun apenas para ele. Então, como sucessor do Faraó, enviou seu irmão para uma fortaleza bem afastada. Assim o caminho estaria livre para seu casamento com Meryetamun.
Houve uma briga entre eles dois. Meryetamun chegara no momento exato em que os dois lutavam. Eles estavam em uma pequena casa próxima ao Nilo, local onde os três costumavam se encontrar...
O choque de ver os dois brigando de uma forma em que estava preste a perder um deles, fez com que seus poderes se descontrolassem... Eles não a viram. E também usaram seus poderes, um contra o outro.
A casa inteira explodiu. Os três morreram juntos, pela primeira vez...
Mas eles não eram imortais, você deve estar pensando, não, doutor?
Pois eu lhe digo, meu caro, eles ainda estão vivos, e ainda amaldiçoados. A imortalidade acontece de variadas formas... E os três podem morrer, mas sempre vão reencarnar e lembrar de tudo e todas as vidas passadas que tiveram.”.
_ E é essa a história, doutor, ou na verdade apenas o começo dela...- disse Sullivan e em seguida voltou a encarar o doutor.
Ainda sentado no chão, o doutor ouvira tudo sem sequer mover um músculo. A única coisa que passava pela sua cabeça era saber a verdadeira identidade do homem a sua frente.
_ Quem é você? – perguntou com uma voz fraca, mas imperiosa.
Sullivan sorriu.
_ Ainda não compreendeu... – murmurou Sullivan, balançando a cabeça em negativa. _ Muito prazer, doutor, eu me chamo Meryetamun.
Os olhos de Sullivan brilharam novamente num tom vermelho como fogo, foi à última coisa que o doutor viu, e o resto foram cinzas.
Cadeia Alimentar; vampiro Andrei Vasselevitch.
Minha paixão não é uma doença, mas sim um meio de vida. Não é um tumor que invadiu minha fibra moral, mas a verdadeira substância do meu ser. Não sou monstruoso, mas sim a quintessência da humanidade e do mal. Não é o que eu sou, mas sim quem eu sou. Eu sou quem eu sou.
Vou matá-la, eu sei. Quero possuí-la do meu modo pervertido tanto quanto quero sua vida. Isso é amor, dizemos nós, monstros, a nós mesmos. Amamos de um modo ardente demais, antigo demais, honesto demais. E, também, bestial demais. O amor é a última grande mentira. Há pouco que se possa dizer sobre um amor arrasador, tão desejoso de tornar-se um só ser com a amada que o amante cortar seu pescoço afim de beber o jorro vermelho, denso e quente, todo, até o último estremecimento do coração agonizante.
Permaneci como a sombra da jovem. Já a seguia por horas, desde que deixara seu apartamento, tomara um táxi e soltara numa rua deserta. Sei o que ela fará e a perspectiva de ver isso me excita de tal forma que só ficarei feliz quando o seu sangue rolar por minha garganta abaixo. Criatura fascinante. Ela dobra a esquina, seus cabelos dourados são agitados pelo vento. Muito bonita, irresistível a qualquer mortal. Tão mortífera quanto eu. Ela vai matar esta noite. Essa é sua paixão. Eu vou matá-la esta noite. Esta é a minha paixão.
Molly Winters chegou aonde desejava. Eu já sabia, por isso antecipei-me e esperei já dentro do apartamento que é seu destino final, ou, neste caso, o fim é do morador dele. Eu sou Andrei Vasselevitch, vampiro, alimento-me de sangue humano, leio mentes, posso voar pelos ares e uma série de outras peripécias preternaturais. Isto é o que sou há mais de quinhentos anos. Molly Winters é uma humana simples como qualquer outra, tirando uma única exceção... Nem todos os mortais possuem o mesmo hobby de Molly...
Molly Winters é uma assassina, mas ao contrário de mim que mato apenas pra viver, ela o faz por puro prazer. Aos quinze anos matou um amigo na escola, quando este tentava roubar-lhe um beijo. O crime nunca fora solucionado. Encontraram o menino jogado atrás da escola com um lápis enfiado na garganta. Foi o primeiro de uma série de mais de cinqüenta vitimas. Mas tudo na vida humana um dia chega ao fim...
Um qualquer. O tipo de sujeito que você encontra em toda esquina, no entanto, foi o escolhido de Molly. Porque? Eu sei. A mente dela é um livro aberto pra mim. Não tem lógica alguma o seu critério de escolha, mas ainda assim eu a compreendo. Eu sou o único que a compreende, e por isso, nada mais, nada menos, reservei-lhe um sublime fim nos meus braços.
O cenário montado. Dois dos participantes da peça já encontram-se no palco, a terceira e última, mas não menos importante, Molly, encontra-se parada diante da porta do apartamento. Ela tem uma faca de caça na bolsa. Eu, o vampiro, encontro-me escondido nas sombras. Ele, o escolhido, esta sentado na cozinha, tem um sanduíche em mãos, ele não sabe que será sua última refeição. Devo avisá-lo? Talvez ele prefira comer algo mais interessante, talvez o seu prato preferido, antes de morrer...
Como posso explicar o meu estado de ansiedade nesta situação? Normalmente sou criatura sem sentimentos, fria, não transparente. E, não sou assim porque quero, e sim porque vivi tempo demais. Sinto-me jovem, com o coração batendo apressado. Eu poderia estar suando de nervoso agora, mas não é pra tanto. E odeio exageros.
Ele não me interessa, mal o noto. Não pertence a mim e sim a Molly, que por conseguinte, não pertence a mais ninguem, além de mim.
Daniel se levantou assim que ouviu o som da campainha. Molly fitava-se no espelho que carrega consigo. Ela é extremamente vaidosa. Perde horas se arrumando quando pretende sair pra matar. Segundo a própria, esta é uma forma de dar uma bela última visão a suas vítimas.
Molly e Daniel se conheceram na faculdade. Ele o rapaz fantasma que ninguem nota a não ser que seja pra dirigir-lhe alguma zombaria. Ela a garota-maravilha que todas as outras querem se parecer e todos os garotos querem transar. Daniel não acreditou quando ela mesma se convidou pra um jantar em seu apartamento, no entanto, viu pelo olho mágico, lá estava ela com seu sorriso irresistível.
Daniel soltou um suspiro, contou até três e abriu a porta. Molly sorriu, deu-lhe um beijo no rosto, em seguida o olhou de cima abaixou e fez cara de desaprovação.
_ Eu trouxe vinho e comida chinesa. E o senhor ainda nem tomou um banho, pelo que vejo. Já pro banheiro, Daniel. – ordenou de modo sedutor.
Pobre Daniel, estalava os dedos de tão nervoso. Sim, ela tinha dito que viria, mas como ia acreditar nisso? Molly Winters, vinho e comida chinesa, no seu apartamento? Ele achou que fosse uma piada, mas aqui está ela, em carne e ossso.
_ Eu não acreditei que você fosse mesmo vir. Desculpe.
_ Não seja bobo. Eu sou uma mulher de palavra. Banho, Daniel. – foi empurrando ele em direção ao quarto. _ Fique bem bonito para mim, e não se preocupe, eu acho a cozinha, quando você terminar estará tudo pronto.
Um Daniel atônito e nervoso entrou no banheiro. Molly facilmente encontrou a cozinha. Passou tão próxima de mim que fiquei surpreso com o fato de não ter me notado. Tirou o vinho e a comida das sacolas. De sua bolsa um poderoso sedativo que faria Daniel dormir pelo tempo suficiente que ela precisará para amarrá-lo.
Preparou tudo enquanto ia cantarolando Paint it black do Rolling Stones. Música bastante apropriada, diga-se de passagem.
Quando Daniel deixou o banheiro, já vestido, seus cabelos castanhos escuros bem penteados, tendo optado, a despeito de sua visão míope, a não usar os óculos, Molly já tinha tudo em seu devido lugar.
O rapaz chegou na cozinha, seu nervosismo é quase palpável. Fiquei tentado a interromper a ordem natural das coisas e tomá-los, os dois para mim, entretanto, eu não sou egoísta, não sempre... Foi recebido por um beijo nos lábios de Molly que o fez corar. Ela o puxou para a cadeira. Tinha uma vela acesa em cima da mesa. Que delicado da parte dela fazer daquele momento o mais romântico possível. Molly ofereceu a Daniel uma taça de vinho cheia do sedativo e pegou a outra para si.
_ Um brinde a sua saúde, meu querido Danny. – eu sorri com a extraordinária ironia das palavras dela. Daniel ergueu sua taça e tocou a de Molly. Em sua mente ainda as mesmas perguntas sobre o repentino interesse dela na sua pessoa. Daniel se sentiu um cara de sorte...
Não demorou muito. Passaram a uma conversa trivial sobre as aulas da faculdade, até que ele soltou um sonoro bocejo, fechou olhos por alguns segundos, em seguida abriu-os, achando muito esquisito aquele sono súbito. Molly ficou de pé e foi em direção a ele, sentou-se no colo do rapaz e segurou seu rosto com ambas as suas mãos.
_ Durma, meu anjinho, eu cuido de você. – a cabeça de Daniel pendeu indo ao encontro dos fartos seios de Molly. Ele apagou completamente.
Observei Molly preparando o cenário para o próximo ato.
…
Daniel despertou trinta minutos depois. Qual não foi o seu choque ao ver que se encontra deitado na mesa da cozinha que, no entanto, agora encontra-se no meio da sala, suas mãos e pernas estão amarrados nos pés da própria mesa. Muito bem amarrados, por sinal, Molly sabe bem que diante de muita dor, alguns deles são capazes de se livrar de nós mal dados. E o rapaz agora achou que compreendia. Mas é claro, não? Molly Winters sairia com ele? Um ninguem, um nerd idiota qualquer? Claro que não. Daniel olhou em volta, esperava ver os outros alunos da turminha de Molly que viviam lhe pregando peças, porém, viu apenas Molly. Ela estava parada diante da janela, tinha uma faca enorme em mãos e fitava a rua lá fora.
_ O que está acontecendo? – perguntou Daniel.
Molly, como que pega de surpresa, encarou-o. Abriu um sorriso doce que tranquilizaria qualquer um que não estivesse completamente amarrado numa mesa.
_ Vamos brincar, Danny. O nome do jogo é ' eu te corto e você não grita'. É claro que vou deixá-lo completamente ciente de todas as regras. Não sou injusta, como você logo verá... – Molly aproximou-se dele. _ Regras, Danny. Eu vou fazer dez cortes em você com essa faquinha aqui. Apenas isso e te liberto. Mas, tem apenas uma coisinha... Se você gritar, acrescenta automaticamente mais dez cortes a brincadeira. Entendeu, querido?
_ Você é maluca? Molly, por favor, desamarre-me, eu não quero brincar. Você já me drogou, pelo amor de Deus, isso já esta indo longe demais! Eu vou denunciar vocês a policia! – esbravejou Daniel.
Molly balançou a cabeça negativamente. Deslizou a ponta da faca pela coxa de Danny. E rapidamente passou a rasgar suas roupas sem ouvir os protestos dele. Deixou-o sem a camisa e a calça. Notou que aquilo excitara o rapaz, assim que viu um robusto volume em sua cueca.
_ Veja só! Você está gostando da brincadeira. – ela passou a ponta da faca pelo abdômen dele. _ Vamos começar o jogo. Não grite, Danny.
A faca foi deslizando pelo peito do rapaz enquanto Molly sorria. Em seu íntimo, posso ler isso na sua mente, Danny acreditava ainda que fosse só uma piada, logo os outros apareceriam para rir do medo dele. Então tentou ser forte e encarou Molly com um certo ar de desafio.
Ela o cortou. A lâmina rasgou seu peito, arrancando-lhe para sempre um dos mamilos. Daniel gritou. Na verdade, foi um urro de pura dor. Eu sorri. Molly ficou muito triste.
_ Ah, não! Danny! Você gritou no primeiro corte! Céus! Eu agora tenho mais dez cortes. Dezenove cortes, Danny, dezenove totalizando agora. Que droga! Vê se fecha a boca. – falou Molly, profundamente triste por Danny. Eu aprecio a ironia.
_ Para com isso, por favor, para com isso!– suplicou o jovem Daniel. Eu me aproximei um pouco, ainda escondido nas sombras.
Molly cortou mais uma vez, outra, e mais outra. E, ele, talvez por não ter compreendido bem as regras do jogo, ou porque, de fato, não tinha muita imunidade a dor, gritou por tantas vezes que Molly perdeu a conta dos cortes, passando assim a retalhá-lo furiosamente. O sangue esguichou para todos os lados, sujando todo o carpete, atiçando a minha sede.
A senhorita Winters parou agora. Ficou completamente imóvel. E também completamente banhada no sangue do extinto Daniel. Ela deixou a faca cair no chão e ficou olhando, admirada, seu trabalho.
Um belo momento de contemplação. O artista que acaba de terminar uma obra prima, olhando admiravelmente para o resultado dos seus esforços. Adoro Molly Winters. Estou completamente fascinado por ela. Não existe a menor possibilidade de que não seja minha.
Eis o momento da revelação. Prometeu surge e trás o fogo aos humanos. Peter Pan entra pela janela, acorda Wendy, uma insana, sou forçado a admitir, oferecendo-lhe uma viagem sem volta para a terra do nunca!
Voilá! Andrei Vasselevicth entra em cena. Merde para mim!
_ Brilhante! Fantástico! – deixo as sombras e vou caminhando para o centro da sala, para a minha Molly, minha Sybil Vane, já que sou seu Dorian Gray, imortal.
Deixando seu transe contemplativo, Molly, vira seu rosto em minha direção. Lindíssima com as bochechas vermelhas de sangue. Quero beijá-la. Vi-a curvar-se, pegando a faca, pondo-se em posição de combate.
_ Vai querer jogar comigo? Eu não vou gritar. Vamos, comece. – fui até ela. Molly não hesitou e cravou a faca abaixo do meu peito, enterrando-a até o cabo, e, como todo bom ator, fiz minha encenação. Transformei minha expressão facial em uma careta de dor e cai de joelhos, não antes dela puxar a faca de volta. Olhei-a diretamente nos olhos. Obviamente não gritei.
_ Quem é você e o que esta fazendo aqui? – perguntou ela.
_ Sou Andrei Vasselevitch. O que estou fazendo aqui? Ora, eu vim jogar. Mas, se me permites, vou mudar as regras um pouco... Você tem direito a mais um corte, e então será a minha vez. – permaneci de joelhos, olhando para ela e sorrindo.
Ela veio até a mim, puxou-me pelos cabelos, assim deixando meu pescoço livre para sua faca.
_ Você já era, maluco. - cortou-me de orelha a orelha. Fechei os olhos e deixei que meu corpo fosse de encontro ao chão. Ela ficou parada, olhando para mim e indagando-se. 'Como esse cara veio parar aqui?'. Em seguida tratou de pegar todas as suas coisas. Tinha a intenção de se limpar e sair, mas a minha chegada a deixara preocupada e com pressa. Trocou de roupas e limpou o sangue como pode. Quando Molly chegou a porta eu me levantei, fiz isso em menos de um segundo.
_ Ah, o jogo ainda não acabou, Molly. – ela se virou, pela primeira vez seu rosto expressar o mais puro medo. Sua atenção foi tomada pela total ausência do ferimento em meu pescoço. Movi-me novamente rápido demais para os seus olhos mortais. Segurei-a pelos pulsos, prendendo-a contra a madeira da porta. _ Minha vez...
Deixei que minhas presas falassem por mim, enterrando-as no pescoço de Molly. Seu sangue veio alegremente para minha boca. Chupei com vontade, sorvendo cada gota de lembrança, cada assassinato cometido, cada jogo, cada vida, almas roubadas, pela minha doce Sybil Vane. Foi com um esforço hercúleo que a deixei. Tomei-a em meus meus braços e fiz com que deitasse no sofá. Seu sangue aliado a suas lembranças mortíferas deixaram-me tonto. Cambaleei até uma poltrona do outro lado da sala, sentando-me. Molly recuperou os sentidos, buscou-me com os olhos.
_ Vampiro... – murmurou.
_ É tudo o que sou, querida. – retruquei. Limpei meus lábios com a manga da camisa.
_ Por favor, eu quero ser como você... – suplicou Molly. Minha Molly assassina dirigiu-me uma súplica. Senti-me cheio de alegria.
_ Isso não pode ser. Gosto de você assim. Humana e assassina. Quente e macia.
Ela se levantou lentamente, estava fraca devido a perda de sangue. Perda para ela, para mim foi tudo muito bem aproveitado... Deu passos trôpegos em minha direção. Eu apenas a fitei. Molly sentou-se em cima das minhas pernas e me beijou nos lábios, mordendo-me, suas mãos se fecharam em minha nuca.
_ Por favor, por favor, por favor... sussurrou, gemeu, por entre nossos lábios.
Vou matá-la, eu sei. Quero possuí-la do meu modo pervertido tanto quanto quero sua vida. Isso é amor, dizemos nós, monstros, a nós mesmos. Amamos de um modo ardente demais, antigo demais, honesto demais. E, também, bestial demais. O amor é a última grande mentira. Há pouco que se possa dizer sobre um amor arrasador, tão desejoso de tornar-se um só ser com a amada que o amante cortar seu pescoço afim de beber o jorro vermelho, denso e quente, todo, até o último estremecimento do coração agonizante.
Permaneci como a sombra da jovem. Já a seguia por horas, desde que deixara seu apartamento, tomara um táxi e soltara numa rua deserta. Sei o que ela fará e a perspectiva de ver isso me excita de tal forma que só ficarei feliz quando o seu sangue rolar por minha garganta abaixo. Criatura fascinante. Ela dobra a esquina, seus cabelos dourados são agitados pelo vento. Muito bonita, irresistível a qualquer mortal. Tão mortífera quanto eu. Ela vai matar esta noite. Essa é sua paixão. Eu vou matá-la esta noite. Esta é a minha paixão.
Molly Winters chegou aonde desejava. Eu já sabia, por isso antecipei-me e esperei já dentro do apartamento que é seu destino final, ou, neste caso, o fim é do morador dele. Eu sou Andrei Vasselevitch, vampiro, alimento-me de sangue humano, leio mentes, posso voar pelos ares e uma série de outras peripécias preternaturais. Isto é o que sou há mais de quinhentos anos. Molly Winters é uma humana simples como qualquer outra, tirando uma única exceção... Nem todos os mortais possuem o mesmo hobby de Molly...
Molly Winters é uma assassina, mas ao contrário de mim que mato apenas pra viver, ela o faz por puro prazer. Aos quinze anos matou um amigo na escola, quando este tentava roubar-lhe um beijo. O crime nunca fora solucionado. Encontraram o menino jogado atrás da escola com um lápis enfiado na garganta. Foi o primeiro de uma série de mais de cinqüenta vitimas. Mas tudo na vida humana um dia chega ao fim...
Um qualquer. O tipo de sujeito que você encontra em toda esquina, no entanto, foi o escolhido de Molly. Porque? Eu sei. A mente dela é um livro aberto pra mim. Não tem lógica alguma o seu critério de escolha, mas ainda assim eu a compreendo. Eu sou o único que a compreende, e por isso, nada mais, nada menos, reservei-lhe um sublime fim nos meus braços.
O cenário montado. Dois dos participantes da peça já encontram-se no palco, a terceira e última, mas não menos importante, Molly, encontra-se parada diante da porta do apartamento. Ela tem uma faca de caça na bolsa. Eu, o vampiro, encontro-me escondido nas sombras. Ele, o escolhido, esta sentado na cozinha, tem um sanduíche em mãos, ele não sabe que será sua última refeição. Devo avisá-lo? Talvez ele prefira comer algo mais interessante, talvez o seu prato preferido, antes de morrer...
Como posso explicar o meu estado de ansiedade nesta situação? Normalmente sou criatura sem sentimentos, fria, não transparente. E, não sou assim porque quero, e sim porque vivi tempo demais. Sinto-me jovem, com o coração batendo apressado. Eu poderia estar suando de nervoso agora, mas não é pra tanto. E odeio exageros.
Ele não me interessa, mal o noto. Não pertence a mim e sim a Molly, que por conseguinte, não pertence a mais ninguem, além de mim.
Daniel se levantou assim que ouviu o som da campainha. Molly fitava-se no espelho que carrega consigo. Ela é extremamente vaidosa. Perde horas se arrumando quando pretende sair pra matar. Segundo a própria, esta é uma forma de dar uma bela última visão a suas vítimas.
Molly e Daniel se conheceram na faculdade. Ele o rapaz fantasma que ninguem nota a não ser que seja pra dirigir-lhe alguma zombaria. Ela a garota-maravilha que todas as outras querem se parecer e todos os garotos querem transar. Daniel não acreditou quando ela mesma se convidou pra um jantar em seu apartamento, no entanto, viu pelo olho mágico, lá estava ela com seu sorriso irresistível.
Daniel soltou um suspiro, contou até três e abriu a porta. Molly sorriu, deu-lhe um beijo no rosto, em seguida o olhou de cima abaixou e fez cara de desaprovação.
_ Eu trouxe vinho e comida chinesa. E o senhor ainda nem tomou um banho, pelo que vejo. Já pro banheiro, Daniel. – ordenou de modo sedutor.
Pobre Daniel, estalava os dedos de tão nervoso. Sim, ela tinha dito que viria, mas como ia acreditar nisso? Molly Winters, vinho e comida chinesa, no seu apartamento? Ele achou que fosse uma piada, mas aqui está ela, em carne e ossso.
_ Eu não acreditei que você fosse mesmo vir. Desculpe.
_ Não seja bobo. Eu sou uma mulher de palavra. Banho, Daniel. – foi empurrando ele em direção ao quarto. _ Fique bem bonito para mim, e não se preocupe, eu acho a cozinha, quando você terminar estará tudo pronto.
Um Daniel atônito e nervoso entrou no banheiro. Molly facilmente encontrou a cozinha. Passou tão próxima de mim que fiquei surpreso com o fato de não ter me notado. Tirou o vinho e a comida das sacolas. De sua bolsa um poderoso sedativo que faria Daniel dormir pelo tempo suficiente que ela precisará para amarrá-lo.
Preparou tudo enquanto ia cantarolando Paint it black do Rolling Stones. Música bastante apropriada, diga-se de passagem.
Quando Daniel deixou o banheiro, já vestido, seus cabelos castanhos escuros bem penteados, tendo optado, a despeito de sua visão míope, a não usar os óculos, Molly já tinha tudo em seu devido lugar.
O rapaz chegou na cozinha, seu nervosismo é quase palpável. Fiquei tentado a interromper a ordem natural das coisas e tomá-los, os dois para mim, entretanto, eu não sou egoísta, não sempre... Foi recebido por um beijo nos lábios de Molly que o fez corar. Ela o puxou para a cadeira. Tinha uma vela acesa em cima da mesa. Que delicado da parte dela fazer daquele momento o mais romântico possível. Molly ofereceu a Daniel uma taça de vinho cheia do sedativo e pegou a outra para si.
_ Um brinde a sua saúde, meu querido Danny. – eu sorri com a extraordinária ironia das palavras dela. Daniel ergueu sua taça e tocou a de Molly. Em sua mente ainda as mesmas perguntas sobre o repentino interesse dela na sua pessoa. Daniel se sentiu um cara de sorte...
Não demorou muito. Passaram a uma conversa trivial sobre as aulas da faculdade, até que ele soltou um sonoro bocejo, fechou olhos por alguns segundos, em seguida abriu-os, achando muito esquisito aquele sono súbito. Molly ficou de pé e foi em direção a ele, sentou-se no colo do rapaz e segurou seu rosto com ambas as suas mãos.
_ Durma, meu anjinho, eu cuido de você. – a cabeça de Daniel pendeu indo ao encontro dos fartos seios de Molly. Ele apagou completamente.
Observei Molly preparando o cenário para o próximo ato.
…
Daniel despertou trinta minutos depois. Qual não foi o seu choque ao ver que se encontra deitado na mesa da cozinha que, no entanto, agora encontra-se no meio da sala, suas mãos e pernas estão amarrados nos pés da própria mesa. Muito bem amarrados, por sinal, Molly sabe bem que diante de muita dor, alguns deles são capazes de se livrar de nós mal dados. E o rapaz agora achou que compreendia. Mas é claro, não? Molly Winters sairia com ele? Um ninguem, um nerd idiota qualquer? Claro que não. Daniel olhou em volta, esperava ver os outros alunos da turminha de Molly que viviam lhe pregando peças, porém, viu apenas Molly. Ela estava parada diante da janela, tinha uma faca enorme em mãos e fitava a rua lá fora.
_ O que está acontecendo? – perguntou Daniel.
Molly, como que pega de surpresa, encarou-o. Abriu um sorriso doce que tranquilizaria qualquer um que não estivesse completamente amarrado numa mesa.
_ Vamos brincar, Danny. O nome do jogo é ' eu te corto e você não grita'. É claro que vou deixá-lo completamente ciente de todas as regras. Não sou injusta, como você logo verá... – Molly aproximou-se dele. _ Regras, Danny. Eu vou fazer dez cortes em você com essa faquinha aqui. Apenas isso e te liberto. Mas, tem apenas uma coisinha... Se você gritar, acrescenta automaticamente mais dez cortes a brincadeira. Entendeu, querido?
_ Você é maluca? Molly, por favor, desamarre-me, eu não quero brincar. Você já me drogou, pelo amor de Deus, isso já esta indo longe demais! Eu vou denunciar vocês a policia! – esbravejou Daniel.
Molly balançou a cabeça negativamente. Deslizou a ponta da faca pela coxa de Danny. E rapidamente passou a rasgar suas roupas sem ouvir os protestos dele. Deixou-o sem a camisa e a calça. Notou que aquilo excitara o rapaz, assim que viu um robusto volume em sua cueca.
_ Veja só! Você está gostando da brincadeira. – ela passou a ponta da faca pelo abdômen dele. _ Vamos começar o jogo. Não grite, Danny.
A faca foi deslizando pelo peito do rapaz enquanto Molly sorria. Em seu íntimo, posso ler isso na sua mente, Danny acreditava ainda que fosse só uma piada, logo os outros apareceriam para rir do medo dele. Então tentou ser forte e encarou Molly com um certo ar de desafio.
Ela o cortou. A lâmina rasgou seu peito, arrancando-lhe para sempre um dos mamilos. Daniel gritou. Na verdade, foi um urro de pura dor. Eu sorri. Molly ficou muito triste.
_ Ah, não! Danny! Você gritou no primeiro corte! Céus! Eu agora tenho mais dez cortes. Dezenove cortes, Danny, dezenove totalizando agora. Que droga! Vê se fecha a boca. – falou Molly, profundamente triste por Danny. Eu aprecio a ironia.
_ Para com isso, por favor, para com isso!– suplicou o jovem Daniel. Eu me aproximei um pouco, ainda escondido nas sombras.
Molly cortou mais uma vez, outra, e mais outra. E, ele, talvez por não ter compreendido bem as regras do jogo, ou porque, de fato, não tinha muita imunidade a dor, gritou por tantas vezes que Molly perdeu a conta dos cortes, passando assim a retalhá-lo furiosamente. O sangue esguichou para todos os lados, sujando todo o carpete, atiçando a minha sede.
A senhorita Winters parou agora. Ficou completamente imóvel. E também completamente banhada no sangue do extinto Daniel. Ela deixou a faca cair no chão e ficou olhando, admirada, seu trabalho.
Um belo momento de contemplação. O artista que acaba de terminar uma obra prima, olhando admiravelmente para o resultado dos seus esforços. Adoro Molly Winters. Estou completamente fascinado por ela. Não existe a menor possibilidade de que não seja minha.
Eis o momento da revelação. Prometeu surge e trás o fogo aos humanos. Peter Pan entra pela janela, acorda Wendy, uma insana, sou forçado a admitir, oferecendo-lhe uma viagem sem volta para a terra do nunca!
Voilá! Andrei Vasselevicth entra em cena. Merde para mim!
_ Brilhante! Fantástico! – deixo as sombras e vou caminhando para o centro da sala, para a minha Molly, minha Sybil Vane, já que sou seu Dorian Gray, imortal.
Deixando seu transe contemplativo, Molly, vira seu rosto em minha direção. Lindíssima com as bochechas vermelhas de sangue. Quero beijá-la. Vi-a curvar-se, pegando a faca, pondo-se em posição de combate.
_ Vai querer jogar comigo? Eu não vou gritar. Vamos, comece. – fui até ela. Molly não hesitou e cravou a faca abaixo do meu peito, enterrando-a até o cabo, e, como todo bom ator, fiz minha encenação. Transformei minha expressão facial em uma careta de dor e cai de joelhos, não antes dela puxar a faca de volta. Olhei-a diretamente nos olhos. Obviamente não gritei.
_ Quem é você e o que esta fazendo aqui? – perguntou ela.
_ Sou Andrei Vasselevitch. O que estou fazendo aqui? Ora, eu vim jogar. Mas, se me permites, vou mudar as regras um pouco... Você tem direito a mais um corte, e então será a minha vez. – permaneci de joelhos, olhando para ela e sorrindo.
Ela veio até a mim, puxou-me pelos cabelos, assim deixando meu pescoço livre para sua faca.
_ Você já era, maluco. - cortou-me de orelha a orelha. Fechei os olhos e deixei que meu corpo fosse de encontro ao chão. Ela ficou parada, olhando para mim e indagando-se. 'Como esse cara veio parar aqui?'. Em seguida tratou de pegar todas as suas coisas. Tinha a intenção de se limpar e sair, mas a minha chegada a deixara preocupada e com pressa. Trocou de roupas e limpou o sangue como pode. Quando Molly chegou a porta eu me levantei, fiz isso em menos de um segundo.
_ Ah, o jogo ainda não acabou, Molly. – ela se virou, pela primeira vez seu rosto expressar o mais puro medo. Sua atenção foi tomada pela total ausência do ferimento em meu pescoço. Movi-me novamente rápido demais para os seus olhos mortais. Segurei-a pelos pulsos, prendendo-a contra a madeira da porta. _ Minha vez...
Deixei que minhas presas falassem por mim, enterrando-as no pescoço de Molly. Seu sangue veio alegremente para minha boca. Chupei com vontade, sorvendo cada gota de lembrança, cada assassinato cometido, cada jogo, cada vida, almas roubadas, pela minha doce Sybil Vane. Foi com um esforço hercúleo que a deixei. Tomei-a em meus meus braços e fiz com que deitasse no sofá. Seu sangue aliado a suas lembranças mortíferas deixaram-me tonto. Cambaleei até uma poltrona do outro lado da sala, sentando-me. Molly recuperou os sentidos, buscou-me com os olhos.
_ Vampiro... – murmurou.
_ É tudo o que sou, querida. – retruquei. Limpei meus lábios com a manga da camisa.
_ Por favor, eu quero ser como você... – suplicou Molly. Minha Molly assassina dirigiu-me uma súplica. Senti-me cheio de alegria.
_ Isso não pode ser. Gosto de você assim. Humana e assassina. Quente e macia.
Ela se levantou lentamente, estava fraca devido a perda de sangue. Perda para ela, para mim foi tudo muito bem aproveitado... Deu passos trôpegos em minha direção. Eu apenas a fitei. Molly sentou-se em cima das minhas pernas e me beijou nos lábios, mordendo-me, suas mãos se fecharam em minha nuca.
_ Por favor, por favor, por favor... sussurrou, gemeu, por entre nossos lábios.
Extra! Extra! Extra!
Morto. Deus está morto. Aparentemente de causas naturais, nenhum corpo foi encontrado para autópsia. E, assim, faleceu o Deus de Moisés, Jacó e Josué. Deixou como legado um universo infinito de estrelas, planetas, constelações e galáxias.
A comoção é geral entre todos aqueles que acreditavam na sua existência. Ateus pronunciaram-se com apenas uma frase: "Também não acreditamos que tenha morrido".
No Vaticano o papa celebrou uma missa muito bonita que trouxe alento aos corações de muitos fiéis, no entanto, houve confusão no fim. "Que Deus esteja convosco... quero dizer, er... Amém".
Celebridades ao redor de mundo também se pronunciaram. Angelina Jolie e Brad Pitt adotaram mais uma criança. O nome da menina é 'Pai Nosso Que Estás No Céu Abençoado Seja o Vosso Nome Assim Na Terra Como No Céu', em homenagem ao recém falecido.
Tom Cruise em nota disse: "Já esperava por isso. Foram os alienígenas que o mataram, porque na verdade a Terra foi criada por eles, os habitantes do planeta Mxyzptlk...". Em seguida construiu outra pista de pouso para Ovnis em seu jardim.
Fãs de Michael Jackson alegam que o criador do universo na verdade era fanático pelo astro do pop e que quando soube da morte dele não resistiu a dor e cometeu suicídio. Dizem ainda que o Senhor do universo também era incapaz de compreender como um afro descendente fica com a pele mais clara do que um dinamarquês.
Em manchete extraordinária emissoras de TV divulgam um vídeo amador gravado por um celular, onde mostra o exato momento em que Jesus recebe a fatídica notícia.
Cabisbaixo e com passos hesitantes, o Arcanjo Gabriel entrou na sala. Jesus se encontrava preguiçosamente lixando suas unhas sentado num sofá muito confortável de três lugares.
_ Você tem de ser forte agora, Jesus, trago trágicas notícias... - falou Gabriel, o Arcanjo.
_ Sim.
_ Deus está morto, Jesus, e o mundo agora precisa de você. - disse Gabriel em tom solene.
_ O Quê? – visivelmente chocado, Jesus indagou.
_ Você é o Deus agora, precisa reger o mundo...
_ E eu por acaso criei algum mundo, Gabriel?
_ Mas, Jesus...- Gabriel tentou protestar.
_ Nem pensar. Sem chance! Fui crucificado por essa gente, sabia? E agora ainda tenho que ser Deus e reger esse mundo maluco, entregue as baratas? Chame Lúcifer. Pode me incluir fora dessa.
– Jesus deixou a sala, sendo seguido pelo Arcanjo Gabriel que ainda tentava fazê-lo mudar de idéia.
Moral da história: Porque toda história tem que ter moral?
.
A comoção é geral entre todos aqueles que acreditavam na sua existência. Ateus pronunciaram-se com apenas uma frase: "Também não acreditamos que tenha morrido".
No Vaticano o papa celebrou uma missa muito bonita que trouxe alento aos corações de muitos fiéis, no entanto, houve confusão no fim. "Que Deus esteja convosco... quero dizer, er... Amém".
Celebridades ao redor de mundo também se pronunciaram. Angelina Jolie e Brad Pitt adotaram mais uma criança. O nome da menina é 'Pai Nosso Que Estás No Céu Abençoado Seja o Vosso Nome Assim Na Terra Como No Céu', em homenagem ao recém falecido.
Tom Cruise em nota disse: "Já esperava por isso. Foram os alienígenas que o mataram, porque na verdade a Terra foi criada por eles, os habitantes do planeta Mxyzptlk...". Em seguida construiu outra pista de pouso para Ovnis em seu jardim.
Fãs de Michael Jackson alegam que o criador do universo na verdade era fanático pelo astro do pop e que quando soube da morte dele não resistiu a dor e cometeu suicídio. Dizem ainda que o Senhor do universo também era incapaz de compreender como um afro descendente fica com a pele mais clara do que um dinamarquês.
Em manchete extraordinária emissoras de TV divulgam um vídeo amador gravado por um celular, onde mostra o exato momento em que Jesus recebe a fatídica notícia.
Cabisbaixo e com passos hesitantes, o Arcanjo Gabriel entrou na sala. Jesus se encontrava preguiçosamente lixando suas unhas sentado num sofá muito confortável de três lugares.
_ Você tem de ser forte agora, Jesus, trago trágicas notícias... - falou Gabriel, o Arcanjo.
_ Sim.
_ Deus está morto, Jesus, e o mundo agora precisa de você. - disse Gabriel em tom solene.
_ O Quê? – visivelmente chocado, Jesus indagou.
_ Você é o Deus agora, precisa reger o mundo...
_ E eu por acaso criei algum mundo, Gabriel?
_ Mas, Jesus...- Gabriel tentou protestar.
_ Nem pensar. Sem chance! Fui crucificado por essa gente, sabia? E agora ainda tenho que ser Deus e reger esse mundo maluco, entregue as baratas? Chame Lúcifer. Pode me incluir fora dessa.
– Jesus deixou a sala, sendo seguido pelo Arcanjo Gabriel que ainda tentava fazê-lo mudar de idéia.
Moral da história: Porque toda história tem que ter moral?
.
Who You Want.
Permitam-me confundir vossos cérebros.
Quem se define se limita?
Não.
Quero começar me opondo a esta frase tão clichê por aqui. Desejo me definir e, no entanto, fazer com que concordem que sou ilimitado.
Posso ser quem você quiser, aliás, tendo franqueza como intenção-mor , eu afirmo categoricamente que sou quem você quer.
Aprecio muitíssimo ser o triste e desolado anjo caído, mas admito minha exímia atuação de demônio maliciosamente sutil.
Há muito tempo já deixei de ser inocente, e inocência é como virgindade. Ninguem pode ser virgem outra vez...
Sou o protagonista das minhas aventuras. Posso ser o antagonista das suas. Jamais sou figurante. Sou capaz de extremos atos de bondade, mas infelizmente sempre me destaco pela crueldade. Sou sempre mal compreendido e mal interpretado. Não reclamo, faz parte do jogo. Tudo é apenas um jogo e o quanto mais cedo você se der conta disso, melhor será. Portanto eu guardo meus Ases.
Jamais revelo minhas reais intenções. Blefo, minto e omito. O fim sempre justifica os meios.
Permito-me ser enganado. Faço-me de tolo. Jamais freio ninguem. Deixo que prossigam com suas próprias partidas, mas no fim eu apenas sorrio. Tudo é entretenimento.
Sou generoso. Nunca me apeguei a coisas matérias. Mas sou egoísta com sentimentos, sensações e pessoas especiais( Muito poucas...). Porque eu não seria? Você não precisa de mais nada, não precisa de ninguem. Tenho e sou tudo do que você precisa.
Sou sensível. Não vou mentir quanto a isso. Acho que é um maldito defeito de fábrica. Histórias tristes trazem lágrimas aos meus olhos. Meus pêlos se arrepiam em momentos de clímax.
Posso ser carinhoso, romântico, gentil e delicado, durante o dia. E a noite sou vadio, devasso, pervertido e sádico. Ah, talvez insaciável... rs.
Sou aquele escritor que você gosta de ler. Aquele sujeito profundamente preocupado com questões ambientais, raciais, sócias, politicas, cientificas e humanas. Aquele que daria qualquer coisa por um mundo melhor. Mas também sou o mesmo que joga a lata de cerveja pela janela do carro, aquele que deseja que o mundo vá para o caralho, sai a noite, enche a cara de cachaça e fuma um maço de cigarros por dia. Sou aquele que troca pessoas por livros.
Já vi, fiz, consumi, usei de tudo. Já falei de amor sem de fato sentir. Já parti corações e já juntei os cacos do meu quando ele foi partido. Isto nunca mais voltará a acontecer.
Vou sempre ser o herói no meu ponto de vista, e vilão nos dos outros. Não me importo mais com isso. E, afinal de contas ser herói sempre é enfadonho... rs.
Tenho Deus e o Diabo dentro de mim, mas eles não disputam pela minha alma, revezam num acordo mútuo.
Ironia, sarcasmo, humor negro, tais “virtudes” estão para mim como o ar está para os seus pulmões.
Eu me defini? Eu me limitei? Eu me importo com o quê você pensa?
Talvez... talvez...
Apenas faça sua escolha.
Eu sou meu, e o prazer sempre será seu porque eu faço questão que seja.
.
Quem se define se limita?
Não.
Quero começar me opondo a esta frase tão clichê por aqui. Desejo me definir e, no entanto, fazer com que concordem que sou ilimitado.
Posso ser quem você quiser, aliás, tendo franqueza como intenção-mor , eu afirmo categoricamente que sou quem você quer.
Aprecio muitíssimo ser o triste e desolado anjo caído, mas admito minha exímia atuação de demônio maliciosamente sutil.
Há muito tempo já deixei de ser inocente, e inocência é como virgindade. Ninguem pode ser virgem outra vez...
Sou o protagonista das minhas aventuras. Posso ser o antagonista das suas. Jamais sou figurante. Sou capaz de extremos atos de bondade, mas infelizmente sempre me destaco pela crueldade. Sou sempre mal compreendido e mal interpretado. Não reclamo, faz parte do jogo. Tudo é apenas um jogo e o quanto mais cedo você se der conta disso, melhor será. Portanto eu guardo meus Ases.
Jamais revelo minhas reais intenções. Blefo, minto e omito. O fim sempre justifica os meios.
Permito-me ser enganado. Faço-me de tolo. Jamais freio ninguem. Deixo que prossigam com suas próprias partidas, mas no fim eu apenas sorrio. Tudo é entretenimento.
Sou generoso. Nunca me apeguei a coisas matérias. Mas sou egoísta com sentimentos, sensações e pessoas especiais( Muito poucas...). Porque eu não seria? Você não precisa de mais nada, não precisa de ninguem. Tenho e sou tudo do que você precisa.
Sou sensível. Não vou mentir quanto a isso. Acho que é um maldito defeito de fábrica. Histórias tristes trazem lágrimas aos meus olhos. Meus pêlos se arrepiam em momentos de clímax.
Posso ser carinhoso, romântico, gentil e delicado, durante o dia. E a noite sou vadio, devasso, pervertido e sádico. Ah, talvez insaciável... rs.
Sou aquele escritor que você gosta de ler. Aquele sujeito profundamente preocupado com questões ambientais, raciais, sócias, politicas, cientificas e humanas. Aquele que daria qualquer coisa por um mundo melhor. Mas também sou o mesmo que joga a lata de cerveja pela janela do carro, aquele que deseja que o mundo vá para o caralho, sai a noite, enche a cara de cachaça e fuma um maço de cigarros por dia. Sou aquele que troca pessoas por livros.
Já vi, fiz, consumi, usei de tudo. Já falei de amor sem de fato sentir. Já parti corações e já juntei os cacos do meu quando ele foi partido. Isto nunca mais voltará a acontecer.
Vou sempre ser o herói no meu ponto de vista, e vilão nos dos outros. Não me importo mais com isso. E, afinal de contas ser herói sempre é enfadonho... rs.
Tenho Deus e o Diabo dentro de mim, mas eles não disputam pela minha alma, revezam num acordo mútuo.
Ironia, sarcasmo, humor negro, tais “virtudes” estão para mim como o ar está para os seus pulmões.
Eu me defini? Eu me limitei? Eu me importo com o quê você pensa?
Talvez... talvez...
Apenas faça sua escolha.
Eu sou meu, e o prazer sempre será seu porque eu faço questão que seja.
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Ensaio sobre a Idiotice.
Que fique claro ser este um assunto sério e não cômico. Então não espere tiradas engraçadas e coisas do gênero.
A idiotice deve ser combatida, extirpada e extinta de uma vez. Idiotas são como ervas daninhas, arranque-as ou destruirão o seu jardim.
Existem inúmeros tipos de idiotas, classificar todos seria uma grande e imprestável idiotice.
Idiotas são a única espécie de criaturas que não fazem parte da natureza, sua total extinção em nada influiria com o equilíbrio e status quo.
Idiotas podem ser extremamente agradáveis de se ter por perto. Eles fazem você rir sem ter intenção, normalmente são dóceis e carinhosos, mas por outro lado, é necessário saber manipular seu idiota de forma a não ter problemas.
A manipulação de idiotas é uma arte muito antiga e complexa. Um grande e célebre idiota da história foi Moisés, no antigo Egito. Manipulado este idiota largou a vida mansa e cheia de riquezas de filho do Faraó, para guiar a maior caravana de idiotas que já se teve notícia na história.
Todo bom manipulador de idiotas está preparado para o momento em que seu idiota acabar, enganadamente, prejudicando-o. Isto é inevitável quando se trata de manipulação de idiotas, em algum momento seu idiota vai ferrar um plano seu.
Idiotas podem manipular outros idiotas.
Bons manipuladores de idiotas conseguem manipular até mesmo multidões de uma só vez. (ver Igreja universal do reino de Deus.)
Idiotas não sabem que são idiotas. Eles caminham por ai se achando espertos, inteligentes, nada cônscios de sua idiotez.
Jamais subestime o poder devastador da idiotice. Humanos em grande quantidade tendem a cometerem atos idiotas. (ver Eleições, torcida do flamengo e Big Brother Brasil.)
Idiotice não depende de sexo, classe social, religião ou raça. Qualquer um pode ser um idiota em potencial, ou sem potencial... rs.
A pior das espécies de idiotas é muito difícil de identificar. Estes acreditam tão piamente que não são idiotas a ponto de serem capazes de atitudes sãs e inteligentes, entretanto, ainda são idiotas e podem ser facilmente manipulados através dos seus egos enormes e exigentes de lisonjas.
Idiotice não pode ser transmitida pelo ar ou contato direto com um idiota infectado, mas alguns livros e programas de TV podem transmitir a idiotice. ( ver Stephenie Meyer, programa Zorra Total, malhação e a novela das oito.)
Existem casos de idiotas recuperados. Nunca houve notícia de indivíduo que tenha regredido ao estado de idiota. Existem muitos casos de idiotas que nascem e morrem idiotas.
Não existe nenhuma lei ou orgão de proteção aos idiotas. Ou seja, a temporada de caça a idiotas está aberta o ano inteiro.
A idiotice deve ser combatida, extirpada e extinta de uma vez. Idiotas são como ervas daninhas, arranque-as ou destruirão o seu jardim.
Existem inúmeros tipos de idiotas, classificar todos seria uma grande e imprestável idiotice.
Idiotas são a única espécie de criaturas que não fazem parte da natureza, sua total extinção em nada influiria com o equilíbrio e status quo.
Idiotas podem ser extremamente agradáveis de se ter por perto. Eles fazem você rir sem ter intenção, normalmente são dóceis e carinhosos, mas por outro lado, é necessário saber manipular seu idiota de forma a não ter problemas.
A manipulação de idiotas é uma arte muito antiga e complexa. Um grande e célebre idiota da história foi Moisés, no antigo Egito. Manipulado este idiota largou a vida mansa e cheia de riquezas de filho do Faraó, para guiar a maior caravana de idiotas que já se teve notícia na história.
Todo bom manipulador de idiotas está preparado para o momento em que seu idiota acabar, enganadamente, prejudicando-o. Isto é inevitável quando se trata de manipulação de idiotas, em algum momento seu idiota vai ferrar um plano seu.
Idiotas podem manipular outros idiotas.
Bons manipuladores de idiotas conseguem manipular até mesmo multidões de uma só vez. (ver Igreja universal do reino de Deus.)
Idiotas não sabem que são idiotas. Eles caminham por ai se achando espertos, inteligentes, nada cônscios de sua idiotez.
Jamais subestime o poder devastador da idiotice. Humanos em grande quantidade tendem a cometerem atos idiotas. (ver Eleições, torcida do flamengo e Big Brother Brasil.)
Idiotice não depende de sexo, classe social, religião ou raça. Qualquer um pode ser um idiota em potencial, ou sem potencial... rs.
A pior das espécies de idiotas é muito difícil de identificar. Estes acreditam tão piamente que não são idiotas a ponto de serem capazes de atitudes sãs e inteligentes, entretanto, ainda são idiotas e podem ser facilmente manipulados através dos seus egos enormes e exigentes de lisonjas.
Idiotice não pode ser transmitida pelo ar ou contato direto com um idiota infectado, mas alguns livros e programas de TV podem transmitir a idiotice. ( ver Stephenie Meyer, programa Zorra Total, malhação e a novela das oito.)
Existem casos de idiotas recuperados. Nunca houve notícia de indivíduo que tenha regredido ao estado de idiota. Existem muitos casos de idiotas que nascem e morrem idiotas.
Não existe nenhuma lei ou orgão de proteção aos idiotas. Ou seja, a temporada de caça a idiotas está aberta o ano inteiro.
John Constantine; apenas mais uma noite de merda.
Constantine.
_ Então, John, tem esse cara, August é o nome dele. Louco de pedra, entende? Foi o que me disseram. Pois bem, eu o conheci, na verdade me chamaram até lá para vê-lo. Não! Não se preocupa, cara, eu não tô por ai bancando o exorcista, nem nada, mas todo esse tempo contigo e eu acabei aprendendo alguns truques. Eu sabia que era só uma farsa. Então eu fui e me levaram direto ao quarto de August. Frio, cara, era uma noite quente pra diabos, mas lá parecia o pólo norte. - confesso que fiquei assustado, a princípio. - mas logo vi que era apenas o ar condicionado ligado no máximo. Belo truque, não? August estava deitado na cama, não saia de lá há dois dias, disseram-me seus amigos. Quando me aproximei ele abriu os olhos e me encarou. Parecia mesmo endemoniado, bela maquiagem. Eu ri, e então ele começou a falar um monde merda, parecia um marciano falando. No fim ele sorriu, fechou os olhos e voltou a dormir, mas antes disse essas palavras: "Logo nos veremos no inferno, Chas, logo, logo.". Eu fui embora, disse a todos que August era tudo, menos um possuído. O que acha, John?
O táxi de Chas seguia veloz pela Maxwell Street. O passageiro no banco detrás ouvia toda aquela torrente de palavras do motorista , mas parecia distante, fumando um cigarro marllboro e fitando as enormes mansões daquele bairro de ricos. Subitamente virou-se para o motorista.
_ Sinto muito, Chas, você foi amaldiçoado e tem agora provavelmente mais uma semana de vida.
Chas arregalou os olhos.
_ Você nunca foi de fazer piada, resolveu começar agora com uma bem sem graça? – perguntou Chas.
_ Sinto muito. – repetiu o passageiro.
_ Porra, John, ta me assustando!
_ Pare o carro, já chegamos.
Chas pisou no freio e o passageiro logo soltou do carro. Deu uma última tragada que queimou o cigarro até o filtro, jogou a binga no chão e a apagou com a sola do sapato.
_ Volto num minuto. – foi em direção a mansão.
_ Espera, cara. Você falou sério, não foi? Merda! – Chas bateu com a cabeça no volante do carro.
…
_ Entre por favor – pediu miss Elizabeth van Thaussen ao homem que acabara de tocar sua campainha. Esperava por alguem bem diferente do ainda relativamente moço e belo rapaz a sua porta, vestindo um terno cinza escuro. _ Foi o padre George que me deu seu número. – ela completou enquanto o conduzia pela casa em direção ao quarto de Alice.
_ Minha filha Alice sempre foi um anjo. Quando ela adoeceu nós a levamos a todos os melhores médicos, falaram em esquizofrenia, e outros mil nomes estranhos, mas ninguem conseguiu curá-la. Então procuramos a igreja... – ela hesitou, não estava certa de que o seu interlocutor calado poderia mesmo ajudar sua filha. Pararam diante do quarto de Alice.
_ Por favor, ajude a minha menina. Ela tem apenas dezesseis anos. - ela se adiantou e abriu a porta do quarto. O cheiro de enxofre era forte ali dentro. A menina na cama ficou sentada, sua cabeça girou e seus olhos negros encararam o homem que acabara de entrar em seu quarto.
_ Alice, minha filha, este é John... – miss Elizabeth foi interrompida pelo estridente e horrível grito que saiu da garganta de Alice. A menina voou sem impulso algum, indo em direção ao homem que, a recepcionou com um soco direto na face.
_ Meu Deus! – exclamou miss Elizabeth, vendo sua filha voar de volta para a cama.
Ele saltou em cima da garota e a prendeu pelos pulsos.
_ Você tem duas opções, seu demônio de merda, deixá-la agora e voltar paro o Inferno ou esperar que eu te mande para lá, e em seguida vá atrás de você e enfie o pé na sua bunda.
A resposta foi mais um grito horrível capaz de gelar a alma de miss Elizabeth van Thaussen.
_ Quem você pensa que é? – não era a voz de uma menina, mas de um monstro saído de um conto de horror.
O homem se inclinou, aproximando seus lábios da orelha da garota possuida.
_ Constantine, John Constantine. Traduza isso para; você se fodeu.
…
Algum tempo de espera depois, Chas viu Constantine voltar e entrar no táxi pela porta traseira, acendendo logo um cigarro.
_ Eu quero te agradecer, John, por tudo, cara, quando eu morrer você pode ficar com o táxi...
_ Era só uma piada, Chas, dirija sim, leve-me para um bar qualquer onde sirva uísque barato. – disse Constantine, interrompendo Chas.
_ Você é um filho da puta, John, um grande bastardo filho da puta.
By Rodrigo Botelho.
____________________________________________________________
Diálogo com o Arcanjo Gabriel.
_ GABRIEL: Você está morrendo de câncer pulmonar porque fuma 30 cigarros por dia desde os 17 anos. E vai para o inferno por causa dos males que causou. Você tentou matar seu pai, entre outras coisas. Usou seus amigos como proteção, depois abandonou todos quando estavam arruinados. Abusou de magia e feitiçaria quando era proibido... Os 10 Mandamentos não passam de uma piada para você!
_ CONSTANTINE: Os 10 Mandamentos? Eu não acredito que estou ouvindo isso... Deus do céu...
_ GABRIEL: Você desobedeceu as regras, Constantine. Só isso...
_ CONSTANTINE: Regras? REGRAS? Fodam-se as suas regras! Enfia no cu! E o que me diz de todo o bem que eu fiz, hein? O que me diz?
_ GABRIEL: Há mais mal em sua vida do que bem, Constantine. Muito mais...
_ CONSTANTINE: Ahhh, entendi... Tem um babaca em algum lugar segurando uma balança, pesando os quilos de bem e mal? Esse é o problema de vocês! Todo o seu bando anda por aí, como um monte de babacas, vendo tudo em preto e branco. É verdade, vocês não entendem nada sobre nós. E digo mais: vocês são o problema, não nós. Foram vocês que armaram esse monte de regras pra nossa vida e nem entendem a gente!
_ GABRIEL: Apesar de todos os seus protestos e arrogância, você está condenado, porque o inferno reivindicou sua alma. E é para o inferno que você irá...
_ Então, John, tem esse cara, August é o nome dele. Louco de pedra, entende? Foi o que me disseram. Pois bem, eu o conheci, na verdade me chamaram até lá para vê-lo. Não! Não se preocupa, cara, eu não tô por ai bancando o exorcista, nem nada, mas todo esse tempo contigo e eu acabei aprendendo alguns truques. Eu sabia que era só uma farsa. Então eu fui e me levaram direto ao quarto de August. Frio, cara, era uma noite quente pra diabos, mas lá parecia o pólo norte. - confesso que fiquei assustado, a princípio. - mas logo vi que era apenas o ar condicionado ligado no máximo. Belo truque, não? August estava deitado na cama, não saia de lá há dois dias, disseram-me seus amigos. Quando me aproximei ele abriu os olhos e me encarou. Parecia mesmo endemoniado, bela maquiagem. Eu ri, e então ele começou a falar um monde merda, parecia um marciano falando. No fim ele sorriu, fechou os olhos e voltou a dormir, mas antes disse essas palavras: "Logo nos veremos no inferno, Chas, logo, logo.". Eu fui embora, disse a todos que August era tudo, menos um possuído. O que acha, John?
O táxi de Chas seguia veloz pela Maxwell Street. O passageiro no banco detrás ouvia toda aquela torrente de palavras do motorista , mas parecia distante, fumando um cigarro marllboro e fitando as enormes mansões daquele bairro de ricos. Subitamente virou-se para o motorista.
_ Sinto muito, Chas, você foi amaldiçoado e tem agora provavelmente mais uma semana de vida.
Chas arregalou os olhos.
_ Você nunca foi de fazer piada, resolveu começar agora com uma bem sem graça? – perguntou Chas.
_ Sinto muito. – repetiu o passageiro.
_ Porra, John, ta me assustando!
_ Pare o carro, já chegamos.
Chas pisou no freio e o passageiro logo soltou do carro. Deu uma última tragada que queimou o cigarro até o filtro, jogou a binga no chão e a apagou com a sola do sapato.
_ Volto num minuto. – foi em direção a mansão.
_ Espera, cara. Você falou sério, não foi? Merda! – Chas bateu com a cabeça no volante do carro.
…
_ Entre por favor – pediu miss Elizabeth van Thaussen ao homem que acabara de tocar sua campainha. Esperava por alguem bem diferente do ainda relativamente moço e belo rapaz a sua porta, vestindo um terno cinza escuro. _ Foi o padre George que me deu seu número. – ela completou enquanto o conduzia pela casa em direção ao quarto de Alice.
_ Minha filha Alice sempre foi um anjo. Quando ela adoeceu nós a levamos a todos os melhores médicos, falaram em esquizofrenia, e outros mil nomes estranhos, mas ninguem conseguiu curá-la. Então procuramos a igreja... – ela hesitou, não estava certa de que o seu interlocutor calado poderia mesmo ajudar sua filha. Pararam diante do quarto de Alice.
_ Por favor, ajude a minha menina. Ela tem apenas dezesseis anos. - ela se adiantou e abriu a porta do quarto. O cheiro de enxofre era forte ali dentro. A menina na cama ficou sentada, sua cabeça girou e seus olhos negros encararam o homem que acabara de entrar em seu quarto.
_ Alice, minha filha, este é John... – miss Elizabeth foi interrompida pelo estridente e horrível grito que saiu da garganta de Alice. A menina voou sem impulso algum, indo em direção ao homem que, a recepcionou com um soco direto na face.
_ Meu Deus! – exclamou miss Elizabeth, vendo sua filha voar de volta para a cama.
Ele saltou em cima da garota e a prendeu pelos pulsos.
_ Você tem duas opções, seu demônio de merda, deixá-la agora e voltar paro o Inferno ou esperar que eu te mande para lá, e em seguida vá atrás de você e enfie o pé na sua bunda.
A resposta foi mais um grito horrível capaz de gelar a alma de miss Elizabeth van Thaussen.
_ Quem você pensa que é? – não era a voz de uma menina, mas de um monstro saído de um conto de horror.
O homem se inclinou, aproximando seus lábios da orelha da garota possuida.
_ Constantine, John Constantine. Traduza isso para; você se fodeu.
…
Algum tempo de espera depois, Chas viu Constantine voltar e entrar no táxi pela porta traseira, acendendo logo um cigarro.
_ Eu quero te agradecer, John, por tudo, cara, quando eu morrer você pode ficar com o táxi...
_ Era só uma piada, Chas, dirija sim, leve-me para um bar qualquer onde sirva uísque barato. – disse Constantine, interrompendo Chas.
_ Você é um filho da puta, John, um grande bastardo filho da puta.
By Rodrigo Botelho.
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Diálogo com o Arcanjo Gabriel.
_ GABRIEL: Você está morrendo de câncer pulmonar porque fuma 30 cigarros por dia desde os 17 anos. E vai para o inferno por causa dos males que causou. Você tentou matar seu pai, entre outras coisas. Usou seus amigos como proteção, depois abandonou todos quando estavam arruinados. Abusou de magia e feitiçaria quando era proibido... Os 10 Mandamentos não passam de uma piada para você!
_ CONSTANTINE: Os 10 Mandamentos? Eu não acredito que estou ouvindo isso... Deus do céu...
_ GABRIEL: Você desobedeceu as regras, Constantine. Só isso...
_ CONSTANTINE: Regras? REGRAS? Fodam-se as suas regras! Enfia no cu! E o que me diz de todo o bem que eu fiz, hein? O que me diz?
_ GABRIEL: Há mais mal em sua vida do que bem, Constantine. Muito mais...
_ CONSTANTINE: Ahhh, entendi... Tem um babaca em algum lugar segurando uma balança, pesando os quilos de bem e mal? Esse é o problema de vocês! Todo o seu bando anda por aí, como um monte de babacas, vendo tudo em preto e branco. É verdade, vocês não entendem nada sobre nós. E digo mais: vocês são o problema, não nós. Foram vocês que armaram esse monte de regras pra nossa vida e nem entendem a gente!
_ GABRIEL: Apesar de todos os seus protestos e arrogância, você está condenado, porque o inferno reivindicou sua alma. E é para o inferno que você irá...
O vampiro Lestat fala sobre Edward Cullen.
Aqui fala o vampiro Lestat...
Creio que dispenso apresentações. Não que eu não goste de falar sobre mim á aqueles que ainda não me conhecem, a questão é que não acredito nestes, portanto, não preciso que acreditem em mim.
Aos meus muitos, inúmeros fãs espalhados por todo o mundo, digo-lhes que vou muito bem e que também sinto falta de todos vocês.
Antes de mais nada; isto não é um prelúdio para um novo livro, e como eu já disse antes, nunca mais voltarei a ser um astro de rock. Isto poderia ser encarado como uma aposentadoria, não? Mas não o é, e esta palavra me faz parecer velho. É, eu sei que tenho mais de duzentos anos, mas ainda mantenho a aparência de um belo jovem francês com apenas vinte e uma primaveras, olhos azuis, mas cinzentos em outras ocasiões, por outro lado, sempre com o brilho iridescente dos vampiros. Sou loiro até a raiz dos cabelos. Eu, o vampiro Lestat, sou um arraso sobrenatural.
Tenho recebido muitas cartas. Ah, sim, gostaria de avisar a todos que as suas cartas sempre chegam a minhas mãos. Todas elas são cuidadosamente guardadas na minha casa na Rue Royale em Nova Orleans. Agradeço muito o carinho de todos vocês. E, não, eu não vou transformar ninguem em vampiro, então parem de insistir. Eu até adoraria isso, confesso, transformar o mundo inteiro em vampiros, todos meus filhos, fortes e poderosos como eu! Um mundo maravilhoso seria, mas não é algo viável, e eu, aquele que muita vezes provou que nada é impossível tenho que me render dessa vez.
Está aqui comigo uma carta muito interessante que chamou minha atenção para os livros sobre vampiros de uma tal Stephenie Meyer. Uma fã das minhas crônicas pediu minha opinião sobre o assunto. O que eu fiz? Caminhei pelo French Quarter e fui até a livraria. Comprei todos os livros da série que se inicia em Twilight.
Mon dieu! Eu juro que tentei ler. Eu mantive aquele lema de que um livro só fica bom lá pelo meio, onde ele te prende pelos cabelos e você não consegue parar de lê-lo. Pois bem, Twilight me fez querer arrancar os cabelos, ora de tristeza, ora de tanto rir. Não terminei de ler o livro e dei tudo para Louis, se ele gostou ou não, vocês terão que perguntar a ele, o que é muito difícil tendo em vista a existência eremita que ele leva. Eu acho que no mínimo ele se identificará com o Edward Cullen.
Houveram elementos que me chamaram muito a atenção. Eu gostaria muitíssimo que minha pele brilhasse como um diamante a luz do sol. Eu achei isso lindo e me imaginei tomando banho de sol numa praia de Miami, com minha pele brilhando como uma ametista. Que visão incrível isso seria, não? E que espécie de trágico herói é este Edward Cullen? Eu parei de ler, as minhas lágrimas de sangue mancharam uma camisa de linho nova em folha. Que tortura sublime a do petit Edward ao se confrontar com a decisão de tornar ou não sua amada, a adolescente rebelde Bella Swan, numa linda garotinha vampira e imortal Eu achei tudo tão cômico, tão satírico. Não acredito que foi sério. Tenho para mim que a intenção da autora foi de ironizar tudo o que é relevante aos vampiros. Twilight é uma piada ou tentativa de suicídio por parte da escritora. Talvez ela com essa paródia ridícula queira enfurecer todos os vampiros que existam.
Eu, sinceramente, gostaria de ter estômago para continuar acompanhando as molecagens de Bella e Edward. Ouvi dizer que já saiu o filme, bom, assistir um filme ruim é menos dispendioso do que ler um péssimo livro. Estarei assistindo aos filmes a medida que forem feitos.
Atenciosamente, o vampiro Lestat.
Creio que dispenso apresentações. Não que eu não goste de falar sobre mim á aqueles que ainda não me conhecem, a questão é que não acredito nestes, portanto, não preciso que acreditem em mim.
Aos meus muitos, inúmeros fãs espalhados por todo o mundo, digo-lhes que vou muito bem e que também sinto falta de todos vocês.
Antes de mais nada; isto não é um prelúdio para um novo livro, e como eu já disse antes, nunca mais voltarei a ser um astro de rock. Isto poderia ser encarado como uma aposentadoria, não? Mas não o é, e esta palavra me faz parecer velho. É, eu sei que tenho mais de duzentos anos, mas ainda mantenho a aparência de um belo jovem francês com apenas vinte e uma primaveras, olhos azuis, mas cinzentos em outras ocasiões, por outro lado, sempre com o brilho iridescente dos vampiros. Sou loiro até a raiz dos cabelos. Eu, o vampiro Lestat, sou um arraso sobrenatural.
Tenho recebido muitas cartas. Ah, sim, gostaria de avisar a todos que as suas cartas sempre chegam a minhas mãos. Todas elas são cuidadosamente guardadas na minha casa na Rue Royale em Nova Orleans. Agradeço muito o carinho de todos vocês. E, não, eu não vou transformar ninguem em vampiro, então parem de insistir. Eu até adoraria isso, confesso, transformar o mundo inteiro em vampiros, todos meus filhos, fortes e poderosos como eu! Um mundo maravilhoso seria, mas não é algo viável, e eu, aquele que muita vezes provou que nada é impossível tenho que me render dessa vez.
Está aqui comigo uma carta muito interessante que chamou minha atenção para os livros sobre vampiros de uma tal Stephenie Meyer. Uma fã das minhas crônicas pediu minha opinião sobre o assunto. O que eu fiz? Caminhei pelo French Quarter e fui até a livraria. Comprei todos os livros da série que se inicia em Twilight.
Mon dieu! Eu juro que tentei ler. Eu mantive aquele lema de que um livro só fica bom lá pelo meio, onde ele te prende pelos cabelos e você não consegue parar de lê-lo. Pois bem, Twilight me fez querer arrancar os cabelos, ora de tristeza, ora de tanto rir. Não terminei de ler o livro e dei tudo para Louis, se ele gostou ou não, vocês terão que perguntar a ele, o que é muito difícil tendo em vista a existência eremita que ele leva. Eu acho que no mínimo ele se identificará com o Edward Cullen.
Houveram elementos que me chamaram muito a atenção. Eu gostaria muitíssimo que minha pele brilhasse como um diamante a luz do sol. Eu achei isso lindo e me imaginei tomando banho de sol numa praia de Miami, com minha pele brilhando como uma ametista. Que visão incrível isso seria, não? E que espécie de trágico herói é este Edward Cullen? Eu parei de ler, as minhas lágrimas de sangue mancharam uma camisa de linho nova em folha. Que tortura sublime a do petit Edward ao se confrontar com a decisão de tornar ou não sua amada, a adolescente rebelde Bella Swan, numa linda garotinha vampira e imortal Eu achei tudo tão cômico, tão satírico. Não acredito que foi sério. Tenho para mim que a intenção da autora foi de ironizar tudo o que é relevante aos vampiros. Twilight é uma piada ou tentativa de suicídio por parte da escritora. Talvez ela com essa paródia ridícula queira enfurecer todos os vampiros que existam.
Eu, sinceramente, gostaria de ter estômago para continuar acompanhando as molecagens de Bella e Edward. Ouvi dizer que já saiu o filme, bom, assistir um filme ruim é menos dispendioso do que ler um péssimo livro. Estarei assistindo aos filmes a medida que forem feitos.
Atenciosamente, o vampiro Lestat.
O Vampiro Louis.
Nova Orleans.
Pergunto-me se isto seria uma forma de compensação...
Fitei o lugar inteiro. Não faz muito tempo e isso aqui eram apenas escombros, paredes cobertas de cinzas e móveis queimados. Lestat incendiara esta casa, ou mausoléu, como o mesmo costumava se referir ao lugar onde eu morava, próximo ao cemitério Lafayette, silencioso, muito apropriado para alguem como eu que se escondia do mundo. Mas agora, Lestat novamente, não poderia deixar de ser ele. Toda a casa foi reformada e o mais impressionante é que isto foi feito com austeridade e não com a excentricidade exagerada de Lestat. O tom pastel nas paredes me agrada, também os poucos moveis, ele só foi um pouco mais atencioso com relação a escrivaninha e a bela e confortável poltrona por trás dela. Fez isso porque sabia o quanto eu apreciava e ficava por horas sentado ali, lendo, algumas vezes escrevendo coisas que ninguem além de mim leria.
Acabo de voltar de mais uma viagem ao redor do mundo. Não vi nenhuma novidade, mas também não fui a procura de alguma... e o que eu procurava, um sentido para tudo isto, para o motivo de tudo acontecer de forma tão trágica em nossas existências, uma forma de diminuir minha dor e culpa, também não encontrei.
Sentei-me na poltrona e apoiei os cotovelos na mesa. Minha cabeça involuntariamente pendeu para frente como se minhas costas não suportassem mais o peso de toda a dor que minha alma carrega. E, do mesmo modo indesejado, recordei-me da noite em que os sonhos novamente, mais uma vez, foram desfeitos.
David não disse uma palavra, o que me deixou ainda mais assustado. Verdadeiramente eu preferia vê-lo furioso ao invés da expressão desamparada que a notícia dada por Lestat o deixara. Afastei-me deles na ocasião, dirigindo-me até a janela. Lá fora vi Paris perder todos os seus encantos diante dos meus olhos. Era o fim. E eu só via a escuridão. Merrick estava morta. Eu me virei e encarei Lestat, meu criador, nosso criador, novamente.
_ Você a chamou. Ela estava comigo e David aqui, mas você a chamou... - não tinha a intenção de culpá-lo, ao menos não uma real intenção, entretanto, eu estava fazendo.
_ Fiz todo o possível, mas foi o desejo dela. Aquela velha estava lá, a bruxa-mãe, madrinha de Merrick. Foram embora juntas, Louis. Não havia nada que eu pudesse fazer, eu a amava, tanto quanto vocês dois. Teria dado minha vida pela dela. Sei que ela não desejava vê-lo triste, Louis. E já o previno que agora com o meu sangue em suas veias qualquer tentativa de suicídio seria catastrófica, dolorosa e inútil. Quero que venha comigo para Nova Orleans e isso é uma ordem da qual não aceitarei recusa. Posso força-lo a isso se necessário. - a tristeza com a qual Lestat falara de Merrick comovera-me profundamente, vi que era estupidez da minha parte por a culpa nele por algo que eu fiz. Merrick estaria viva agora se eu não tivesse lhe dado o sangue. Sou o único culpado.
_ Preciso ficar só... - murmurei.
_ Não acho isso apropriado, Louis... - ia dizendo Lestat, mas David, pronunciando-se pela primeira vez, interrompeu-o.
_ Deixe o ir, Lestat. Eu mesmo preciso de um tempo sozinho, não consigo me acostumar a idéia de que jamais vou revê-la.
_ David... - sussurrei. Pude sentir sua dor naquele instante. Fizemos uma promessa no passado; não permitir que nossa presença interferisse na vida mortal de Merrick. Eu quebrei a promessa e agora ela está morta. Gostaria de dizer a ele que sinto muitíssimo e pedir que me perdoe, mas não sou capaz, não desejo seu perdão porque não o mereço.
Deixei-os lá e fui embora. Vaguei errante pelo mundo. Vaguei, vaguei e vaguei, sempre lembrando seus nomes. Sentindo ainda o gosto amargo da culpa pelas mortes de todos os que amei; Paul, Babette, Claúdia e agora Merrick. Entre os malditos, eu sou o primeiro...
De volta a Nova Orleans, fui incapaz de ir a Rue Royale e então cá estou, no mausoléu reformado por Lestat. Sem dúvida ele sabia que eu retornaria para cá, creio que nunca fui criatura dotada de imprevisibilidade. Armand diria exatamente isso de mim. Onde está Armand agora? Ainda com seus pupilos? Estará feliz? Não. Felicidade não é para nós, mas estará, Armand, suficiente bem a ponto de julgar-se feliz?Gostaria de vê-lo uma vez mais, mesmo que seja apenas para ficar ao seu lado sem nada dizer, talvez sentir suas madeixas rubras entre os meus dedos outra vez para depois vê-lo partir para um lado e eu para o outro.
Jamais me senti tão só neste mundo...
Pergunto-me se isto seria uma forma de compensação...
Fitei o lugar inteiro. Não faz muito tempo e isso aqui eram apenas escombros, paredes cobertas de cinzas e móveis queimados. Lestat incendiara esta casa, ou mausoléu, como o mesmo costumava se referir ao lugar onde eu morava, próximo ao cemitério Lafayette, silencioso, muito apropriado para alguem como eu que se escondia do mundo. Mas agora, Lestat novamente, não poderia deixar de ser ele. Toda a casa foi reformada e o mais impressionante é que isto foi feito com austeridade e não com a excentricidade exagerada de Lestat. O tom pastel nas paredes me agrada, também os poucos moveis, ele só foi um pouco mais atencioso com relação a escrivaninha e a bela e confortável poltrona por trás dela. Fez isso porque sabia o quanto eu apreciava e ficava por horas sentado ali, lendo, algumas vezes escrevendo coisas que ninguem além de mim leria.
Acabo de voltar de mais uma viagem ao redor do mundo. Não vi nenhuma novidade, mas também não fui a procura de alguma... e o que eu procurava, um sentido para tudo isto, para o motivo de tudo acontecer de forma tão trágica em nossas existências, uma forma de diminuir minha dor e culpa, também não encontrei.
Sentei-me na poltrona e apoiei os cotovelos na mesa. Minha cabeça involuntariamente pendeu para frente como se minhas costas não suportassem mais o peso de toda a dor que minha alma carrega. E, do mesmo modo indesejado, recordei-me da noite em que os sonhos novamente, mais uma vez, foram desfeitos.
David não disse uma palavra, o que me deixou ainda mais assustado. Verdadeiramente eu preferia vê-lo furioso ao invés da expressão desamparada que a notícia dada por Lestat o deixara. Afastei-me deles na ocasião, dirigindo-me até a janela. Lá fora vi Paris perder todos os seus encantos diante dos meus olhos. Era o fim. E eu só via a escuridão. Merrick estava morta. Eu me virei e encarei Lestat, meu criador, nosso criador, novamente.
_ Você a chamou. Ela estava comigo e David aqui, mas você a chamou... - não tinha a intenção de culpá-lo, ao menos não uma real intenção, entretanto, eu estava fazendo.
_ Fiz todo o possível, mas foi o desejo dela. Aquela velha estava lá, a bruxa-mãe, madrinha de Merrick. Foram embora juntas, Louis. Não havia nada que eu pudesse fazer, eu a amava, tanto quanto vocês dois. Teria dado minha vida pela dela. Sei que ela não desejava vê-lo triste, Louis. E já o previno que agora com o meu sangue em suas veias qualquer tentativa de suicídio seria catastrófica, dolorosa e inútil. Quero que venha comigo para Nova Orleans e isso é uma ordem da qual não aceitarei recusa. Posso força-lo a isso se necessário. - a tristeza com a qual Lestat falara de Merrick comovera-me profundamente, vi que era estupidez da minha parte por a culpa nele por algo que eu fiz. Merrick estaria viva agora se eu não tivesse lhe dado o sangue. Sou o único culpado.
_ Preciso ficar só... - murmurei.
_ Não acho isso apropriado, Louis... - ia dizendo Lestat, mas David, pronunciando-se pela primeira vez, interrompeu-o.
_ Deixe o ir, Lestat. Eu mesmo preciso de um tempo sozinho, não consigo me acostumar a idéia de que jamais vou revê-la.
_ David... - sussurrei. Pude sentir sua dor naquele instante. Fizemos uma promessa no passado; não permitir que nossa presença interferisse na vida mortal de Merrick. Eu quebrei a promessa e agora ela está morta. Gostaria de dizer a ele que sinto muitíssimo e pedir que me perdoe, mas não sou capaz, não desejo seu perdão porque não o mereço.
Deixei-os lá e fui embora. Vaguei errante pelo mundo. Vaguei, vaguei e vaguei, sempre lembrando seus nomes. Sentindo ainda o gosto amargo da culpa pelas mortes de todos os que amei; Paul, Babette, Claúdia e agora Merrick. Entre os malditos, eu sou o primeiro...
De volta a Nova Orleans, fui incapaz de ir a Rue Royale e então cá estou, no mausoléu reformado por Lestat. Sem dúvida ele sabia que eu retornaria para cá, creio que nunca fui criatura dotada de imprevisibilidade. Armand diria exatamente isso de mim. Onde está Armand agora? Ainda com seus pupilos? Estará feliz? Não. Felicidade não é para nós, mas estará, Armand, suficiente bem a ponto de julgar-se feliz?Gostaria de vê-lo uma vez mais, mesmo que seja apenas para ficar ao seu lado sem nada dizer, talvez sentir suas madeixas rubras entre os meus dedos outra vez para depois vê-lo partir para um lado e eu para o outro.
Jamais me senti tão só neste mundo...
A Sinner's Confession.
[AMANHECER]
Nasci num tempo em que o mundo ainda era livre
Não sei bem quando, onde ou porque
Nascido um rei menino, mas no mesmo dia
Conta-se que você conseguia ouvir a terra chorar
Sangue fervendo como o centro deste mundo
Com o qual eu era um
Antes de tornar-me gelo
E minhas costas para o sol
Sim, antes de dar as costas ao sol
[A CRIANÇA NO SOL]
Crescendo eu vivi e aprendi
Com asas como as dos pássaros eu voei
Príncipe coroado do paraíso
Para clamar o trono em breve
Então finalmente me postei como um homem crescido
Tão ferozmente orgulhoso, um semi-deus eletrificado
Pronto para reinar, ambicioso por ganhar
[O HOMEM NA LUA]
Encarando a lua senti um arrepio
Não mais somente uma besta
Mas o homem na lua desceu cedo demais
Caos do Oeste ao Leste
Apesar de saber que não estava preparado
Nunca questionei o uso de meu conhecimento
Deixando para trás os dias anciões
Eternamente querendo mais
Desafio meus deuses - não preciso deles
Ciência sagrada - leve-me ao céu (e inferno)
Com o direito sacramentado conquistarei e governarei
Assassinarei os tolos questionadores sem religião
Se fordes estrangeiro ou de outra raça jamais estará seguro
Nada deverá entrepor-se no meu caminho concreto
Sobre mim apresento a coroa, sou o mestre
[ANOITECER]
Decadência, declínio, degeneração
Enfraquecido e envelhecido eu agora fico em pé
Aguardando a vingança da terra
Olhando para o paraíso destruído
No meu caminho para o vazio
Chorando para os deuses
Enquanto meu coração e meu orgulho se partem
Seriam necessários centenas de dilúvios
Para lavar meus pecados
Dei as costas ao relógio que nunca se atrasa
Conceda-me vosso conhecimento
Meu livre arbítrio nunca falhou
Ladrão! Assassino! Estuprador! Blasfemo!
Não tão ferozmente orgulhoso
Não tão ferozmente orgulhoso
Posso esperar por perdão?
Você se lembra de seu filho mais escuro?
Meu nome é Humanidade
Nasci num tempo em que o mundo ainda era livre
Não sei bem quando, onde ou porque
Nascido um rei menino, mas no mesmo dia
Conta-se que você conseguia ouvir a terra chorar
Sangue fervendo como o centro deste mundo
Com o qual eu era um
Antes de tornar-me gelo
E minhas costas para o sol
Sim, antes de dar as costas ao sol
[A CRIANÇA NO SOL]
Crescendo eu vivi e aprendi
Com asas como as dos pássaros eu voei
Príncipe coroado do paraíso
Para clamar o trono em breve
Então finalmente me postei como um homem crescido
Tão ferozmente orgulhoso, um semi-deus eletrificado
Pronto para reinar, ambicioso por ganhar
[O HOMEM NA LUA]
Encarando a lua senti um arrepio
Não mais somente uma besta
Mas o homem na lua desceu cedo demais
Caos do Oeste ao Leste
Apesar de saber que não estava preparado
Nunca questionei o uso de meu conhecimento
Deixando para trás os dias anciões
Eternamente querendo mais
Desafio meus deuses - não preciso deles
Ciência sagrada - leve-me ao céu (e inferno)
Com o direito sacramentado conquistarei e governarei
Assassinarei os tolos questionadores sem religião
Se fordes estrangeiro ou de outra raça jamais estará seguro
Nada deverá entrepor-se no meu caminho concreto
Sobre mim apresento a coroa, sou o mestre
[ANOITECER]
Decadência, declínio, degeneração
Enfraquecido e envelhecido eu agora fico em pé
Aguardando a vingança da terra
Olhando para o paraíso destruído
No meu caminho para o vazio
Chorando para os deuses
Enquanto meu coração e meu orgulho se partem
Seriam necessários centenas de dilúvios
Para lavar meus pecados
Dei as costas ao relógio que nunca se atrasa
Conceda-me vosso conhecimento
Meu livre arbítrio nunca falhou
Ladrão! Assassino! Estuprador! Blasfemo!
Não tão ferozmente orgulhoso
Não tão ferozmente orgulhoso
Posso esperar por perdão?
Você se lembra de seu filho mais escuro?
Meu nome é Humanidade
Carta aos Humanos.
Um minuto de vossa atenção, raça humana, é o que vós peço encarecidamente.
Vosso mundo apodrece. Não falo apenas de modo científico. Isto não se trata de um alerta para o futuro, não há mais prazos para mudanças. Tenciono falar do hoje, o amanha é inevitável. E podem esperar somente por nada.
O mundo apodrece porque suas almas são corruptas.
O mundo apodrece porque a individualidade é a maior e mais abrangente das religiões.
O mundo apodrece porque foi legado, deixado aos cuidados de vocês, humanos, porcos teriam zelado melhor pelo seu chiqueiro. Não sois vós, parasitas, dignos dos porcos.
Se Deus existe já acrescentou cepção ao seu nome. Deus-cepção. Decepção. Piadinha infame, eu sei,mas não tanto quanto a conduta imoral humana.
Sobre Deus ainda. Imagine-se no lugar do criador do universo. Você esta lá entediado até que lhe ocorre a criativa idéia de criar algo... E surge o universo, estrelas, planetas, constelações, sóis. Beleza infinita, perfeição e sincronia.E porque não criar também seres inteligentes que possam usufruir da maravilha que você acaba de criar? E você o faz, cria o homem. E o homem, diante de um planeta perfeito, capaz de abrigar toda a sua espécie, que fornece tudo do que ele precisa, o que faz? O homem quer mais... no entanto, ele quer mais apenas para si. Coletivismo é coisa de louco. A fé do homem é seu egoismo. Fome, miséria, estupro, assassinato, guerras, bombas nucleares, drogas, não foi Deus, mas vocês quem criaram.
Sempre haverá um ateu metido a esperto pra perguntar "Mas se Deus é bom porque permite a maldade?".
Certo, imaginem. Deus desce dos céus, vem montado numa nuvem e paira, de forma onipresente, pelos céus de todas as cidades.
_ Acabou a palhaçada! Daqui pra frente quem matar, roubar e destruir, vai diretamente, no mesmo instante, para o inferno. Quem cobiçar a mulher do próximo, desonrar pai e mãe, dar falso testemunho, quebrar qualquer um dos meus mandamentos, assistir novelas, não ouvir Pearl Jam e não torcer pelo Botafogo, passagem expressa para o inferno. E tenho dito. O amor é obrigatório daqui pra frente. Ódio, ganância, tristeza, todas as coisas ruins estão abolidas. Sorriam ou, já sabem, inferno...
E lá se vai o livre-arbítrio... Todos os ateus são imbecis, rebeldes sem causa e argumentação. Criaturas ressentidas que precisam de alguem para levar a culpa por suas limitações e fraquezas.
Não espere algo esperançoso no fim. O tempo acabou. A merda toda já foi feita. Agora se sentem e esperem... Todos os relógios estão ajustados, sincronizados com o fim de tudo.
Faça uma boa ação despropositada, não pense que isso vai te salvar, porque não vai. Faça apenas para que o fim não seja assim tão triste. E então sorria, ora, você esta colhendo apenas aquilo que plantou...
Vosso mundo apodrece. Não falo apenas de modo científico. Isto não se trata de um alerta para o futuro, não há mais prazos para mudanças. Tenciono falar do hoje, o amanha é inevitável. E podem esperar somente por nada.
O mundo apodrece porque suas almas são corruptas.
O mundo apodrece porque a individualidade é a maior e mais abrangente das religiões.
O mundo apodrece porque foi legado, deixado aos cuidados de vocês, humanos, porcos teriam zelado melhor pelo seu chiqueiro. Não sois vós, parasitas, dignos dos porcos.
Se Deus existe já acrescentou cepção ao seu nome. Deus-cepção. Decepção. Piadinha infame, eu sei,mas não tanto quanto a conduta imoral humana.
Sobre Deus ainda. Imagine-se no lugar do criador do universo. Você esta lá entediado até que lhe ocorre a criativa idéia de criar algo... E surge o universo, estrelas, planetas, constelações, sóis. Beleza infinita, perfeição e sincronia.E porque não criar também seres inteligentes que possam usufruir da maravilha que você acaba de criar? E você o faz, cria o homem. E o homem, diante de um planeta perfeito, capaz de abrigar toda a sua espécie, que fornece tudo do que ele precisa, o que faz? O homem quer mais... no entanto, ele quer mais apenas para si. Coletivismo é coisa de louco. A fé do homem é seu egoismo. Fome, miséria, estupro, assassinato, guerras, bombas nucleares, drogas, não foi Deus, mas vocês quem criaram.
Sempre haverá um ateu metido a esperto pra perguntar "Mas se Deus é bom porque permite a maldade?".
Certo, imaginem. Deus desce dos céus, vem montado numa nuvem e paira, de forma onipresente, pelos céus de todas as cidades.
_ Acabou a palhaçada! Daqui pra frente quem matar, roubar e destruir, vai diretamente, no mesmo instante, para o inferno. Quem cobiçar a mulher do próximo, desonrar pai e mãe, dar falso testemunho, quebrar qualquer um dos meus mandamentos, assistir novelas, não ouvir Pearl Jam e não torcer pelo Botafogo, passagem expressa para o inferno. E tenho dito. O amor é obrigatório daqui pra frente. Ódio, ganância, tristeza, todas as coisas ruins estão abolidas. Sorriam ou, já sabem, inferno...
E lá se vai o livre-arbítrio... Todos os ateus são imbecis, rebeldes sem causa e argumentação. Criaturas ressentidas que precisam de alguem para levar a culpa por suas limitações e fraquezas.
Não espere algo esperançoso no fim. O tempo acabou. A merda toda já foi feita. Agora se sentem e esperem... Todos os relógios estão ajustados, sincronizados com o fim de tudo.
Faça uma boa ação despropositada, não pense que isso vai te salvar, porque não vai. Faça apenas para que o fim não seja assim tão triste. E então sorria, ora, você esta colhendo apenas aquilo que plantou...
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