O vampiro Lestat fala sobre Edward Cullen.

Aqui fala o vampiro Lestat...

Creio que dispenso apresentações. Não que eu não goste de falar sobre mim á aqueles que ainda não me conhecem, a questão é que não acredito nestes, portanto, não preciso que acreditem em mim.

Aos meus muitos, inúmeros fãs espalhados por todo o mundo, digo-lhes que vou muito bem e que também sinto falta de todos vocês.

Antes de mais nada; isto não é um prelúdio para um novo livro, e como eu já disse antes, nunca mais voltarei a ser um astro de rock. Isto poderia ser encarado como uma aposentadoria, não? Mas não o é, e esta palavra me faz parecer velho. É, eu sei que tenho mais de duzentos anos, mas ainda mantenho a aparência de um belo jovem francês com apenas vinte e uma primaveras, olhos azuis, mas cinzentos em outras ocasiões, por outro lado, sempre com o brilho iridescente dos vampiros. Sou loiro até a raiz dos cabelos. Eu, o vampiro Lestat, sou um arraso sobrenatural.

Tenho recebido muitas cartas. Ah, sim, gostaria de avisar a todos que as suas cartas sempre chegam a minhas mãos. Todas elas são cuidadosamente guardadas na minha casa na Rue Royale em Nova Orleans. Agradeço muito o carinho de todos vocês. E, não, eu não vou transformar ninguem em vampiro, então parem de insistir. Eu até adoraria isso, confesso, transformar o mundo inteiro em vampiros, todos meus filhos, fortes e poderosos como eu! Um mundo maravilhoso seria, mas não é algo viável, e eu, aquele que muita vezes provou que nada é impossível tenho que me render dessa vez.

Está aqui comigo uma carta muito interessante que chamou minha atenção para os livros sobre vampiros de uma tal Stephenie Meyer. Uma fã das minhas crônicas pediu minha opinião sobre o assunto. O que eu fiz? Caminhei pelo French Quarter e fui até a livraria. Comprei todos os livros da série que se inicia em Twilight.

Mon dieu! Eu juro que tentei ler. Eu mantive aquele lema de que um livro só fica bom lá pelo meio, onde ele te prende pelos cabelos e você não consegue parar de lê-lo. Pois bem, Twilight me fez querer arrancar os cabelos, ora de tristeza, ora de tanto rir. Não terminei de ler o livro e dei tudo para Louis, se ele gostou ou não, vocês terão que perguntar a ele, o que é muito difícil tendo em vista a existência eremita que ele leva. Eu acho que no mínimo ele se identificará com o Edward Cullen.

Houveram elementos que me chamaram muito a atenção. Eu gostaria muitíssimo que minha pele brilhasse como um diamante a luz do sol. Eu achei isso lindo e me imaginei tomando banho de sol numa praia de Miami, com minha pele brilhando como uma ametista. Que visão incrível isso seria, não? E que espécie de trágico herói é este Edward Cullen? Eu parei de ler, as minhas lágrimas de sangue mancharam uma camisa de linho nova em folha. Que tortura sublime a do petit Edward ao se confrontar com a decisão de tornar ou não sua amada, a adolescente rebelde Bella Swan, numa linda garotinha vampira e imortal Eu achei tudo tão cômico, tão satírico. Não acredito que foi sério. Tenho para mim que a intenção da autora foi de ironizar tudo o que é relevante aos vampiros. Twilight é uma piada ou tentativa de suicídio por parte da escritora. Talvez ela com essa paródia ridícula queira enfurecer todos os vampiros que existam.


Eu, sinceramente, gostaria de ter estômago para continuar acompanhando as molecagens de Bella e Edward. Ouvi dizer que já saiu o filme, bom, assistir um filme ruim é menos dispendioso do que ler um péssimo livro. Estarei assistindo aos filmes a medida que forem feitos.

Atenciosamente, o vampiro Lestat.

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