A chuva é tão forte que poucas pessoas se aventuram a andar pelas ruas. Eventualmente, o homem vestido de preto, via através da janela alguma pessoa passar correndo fugindo do que parecia um dilúvio de dimensões bíblicas. Com a cabeça curvada a frente, a testa encostada na vidraça da janela, os olhos abertos, mas a mente tão distante... cenas de um outro mundo e época sendo vistas e revividas...
_ Ariel... - murmurou.
...
Os campos verdejantes de Paradísia sempre foi o lugar preferido dela, ele sabia. Havia acabado de voltar de uma missão, onde quase todos acreditaram que ele falharia, mas ela o havia feito prometer que voltaria. Caminhou durante um bom tempo, apreciou novamente tudo o aquilo que estivera bem perto de perder. Quando a viu vir correndo em sua direção, o cabelo ruivo esvoaçante, segurando a barra do vestido com as mãos, soube que nunca nada o impediria de voltar para ela...
Ariel abriu um sorriso imenso ao se jogar nos braços dele. Ambos foram ao chão e no primeiro momento seus lábios ficaram tão próximos que ambos coraram um pouco. Caído ao chão, sentindo a grama nas costas e o corpo dela junto ao seu, teve a impressão de que os cabelos dela, que caia a volta da sua face e bloqueava toda a sua visão, deixando a mostra apenas o sorriso e os olhos dela, pareceu-lhe um véu que os separava de todo o resto, como se apenas os dois fossem tudo de mais importante no mundo. Ela deitou a cabeça ao peito dele e sentiu-se segura mais uma vez, o que não acontecia desde a ida dele. Com a mão esquerda ele a enlaçou e com a direita acariciava seu cabelo.
_ Todos acharam que você falharia, Haziel. Eu achei que nunca mais o veria... - ela falou quebrando o silêncio entre eles.
_ Eu entendo, mas agora está tudo bem, nunca mais vamos nos separar, eu prometo.- Haziel olhava o céu de Paradísia, ainda acariciava os cabelos dela, não sabia que um dia quebraria a promessa que havia feito. Estava feliz por estar de volta e com ela.
_ O Inferno é tão ruim como eles dizem?- ela perguntou.
Haziel lembrou-se dos gritos dos condenados. Viu novamente o céu em chamas, as montanhas que pareciam vulcões expelindo sangue. Os humanos acorrentados implorando por ajuda...
_ Lá só existe dor. - sua voz saiu baixa, parecia não querer falar muito sobre o assunto. Haziel quis nunca ter estado no Inferno, sabia que nunca ia conseguir esquecer tudo o que viu por lá...
...
Abriu os olhos. Um trovão singrou pelos céus, seguido ao estouro ensurdecedor e um clarão. Haziel ergueu uma das mãos e tocou no vidro da janela. Seu dedo traçou algumas linhas no vidro embaçado. Deu dois passos para trás e fitou a palavra que havia escrito. “ Ariel.”
Deu as costas para a janela, assim tentando fazer o mesmo com o passado. Estava decido, não havia mais o que fazer, não adianta lamentar.
Caminhou pelo quarto. As bonecas sentadas nas prateleiras de madeira pareciam sorrir para ele, talvez elas soubessem da natureza de suas intenções...
Chegou até a cama onde a menina dormia um sono irrequieto. Haziel se inclinou e tocou com ambas as mãos o cobertor para melhor ajeitá-lo ao seu corpo.
_ Você é um anjo? - a menina perguntou. Haziel soltou o cobertor e pretendia sumir, mas notou que ela ainda dormia. Talvez estivesse sonhando... Ele pegou o cobertor novamente e o puxou para cima. Deu a volta na cama e se sentou numa pequena poltrona. Virou-se para a menina.
_ Você é o anjo. - sussurrou.
Recostou as costas na poltrona. Abaixou um pouco a cabeça, não havia mais nada a fazer além de esperar.
Haziel sentiu a presença dos outros anjos. Num esforço maior de sua mente descobriu se tratar apenas de dois de seus irmãos. Começara os passos para sua queda.
Não levantou a cabeça para olhá-los, mas soube que já se encontravam dentro do quarto. Ouviu os passos dos dois ao atravessarem a porta como fantasmas. Um raio explodiu lá fora e o relâmpago iluminou toda a sala por uma fração de segundo. Haziel permaneceu imóvel.
Ouviu quando um deles se aproximou da cama da menina, o outro vinha em sua direção.
_ Vão embora. Eu não vou permitir que toquem num fio de cabelo dela, por favor, não me forcem a destruí-los.- Diz Haziel, mantendo ainda os olhos fitos no chão.
_ Irmão Haziel, eu não o compreendo... A menina é uma aberração, filha de um de nosso irmãos traidores e ainda existe a possibilidade de que ela seja a criança da profana profecia. Por favor, irmão Haziel, deixe-nos cumprir a nossa missão. - Alemiel disse. Manteve sua mão em posição para invocar a espada.
Enquanto Alemiel falava, Uziel estava imóvel, apenas seus olhos se moviam, iam de Haziel para a menina na cama. Sua mão moveu-se fazendo o gesto de invocação da arma. Haziel o sentiu.
Haziel levantou a cabeça e levou apenas dois segundos para que sua espada trespassasse o peito de Uziel. Ele ficou imóvel, olhou nos olhos de Uziel e este parecia indagar sobre o que havia acontecido. Haziel retirou a lâmina de sua espada e viu o corpo de Uziel desaparecer no ar. Quando ia virar-se para encarar Alemiel, sentiu a lâmina fria atravessar seu peito. Alemiel moveu-se rápido e fincou sua espada nas costas de Haziel até que ela irrompe-se do outro lado. Haziel virou-se velozmente com a espada em punho. A cabeça de Almiel desapareceu antes de tocar o solo, e junto também o seu corpo.
Haziel levou a mão ao peito e deu uma olhada na menina, ela dormia alheia a batalha que aconteceu aos seus pés. Ele saiu do quarto. Como um espírito ele foi atravessando as paredes até chegar num beco deserto. Seu peito parecia em chamas, tamanha a dor que sentia.
Sentiu a presença de um outro anjo...
Olhou para frente e a viu. Ariel vestia um casaco simples de cor negra e uma calça vermelha. Seus longos cabelos ruivos estavam molhados por causa da chuva. Ela não olhava na direção de Haziel, encostada num poste, fitava a parede. Haziel deu mais alguns passos na direção dela e então caiu de joelhos ao chão.
_ Por que? - a voz dela saiu com mais fúria do que ela desejou demonstrar.
_ A menina... - a dor no peito era tão aguda que Haziel mal conseguia falar. _ Ela é filha de Gabriel.
Tudo o que Haziel havia aprendido, todas as lições de poderes e armas. Tudo o que ele é, ele devia a Gabriel que sempre foi mais do que um irmão...
_ Você sempre foi o melhor de todos nós. Mas agora você abdicou de tudo e de mim, tudo isso por causa de uma aberração híbrida. - Ariel não conseguiu impedir as lágrimas, no entanto, elas ficaram invisíveis, mesclando-se aos pingos de chuva que lhe caem pela face. _ Eu não o perdôo, Haziel. Eu não o perdôo por ter destruído seus próprios irmãos. Eu não o perdôo por ter quebrado sua promessa. - Ela o encarou e em seus olhos havia uma grande dor.
Haziel ainda de joelhos no chão a olhou.
_ Eu queria estar com você nos campos verdejantes mais uma vez... - olhou para o céu. _ Faça o que tem que fazer, Ariel, porque eu fiz o que achei que tinha de fazer.
Ariel caminhou até ele. Deu a volta sem conseguir olhá-lo nos olhos. Parou atrás dele e pôs a mão direita em sua cabeça.
_ A aberração que você salvou talvez tenha o dom de abrir portais para outros planos. Se os demônios descobrirem-na vão poder até mesmo invadir Paradísia, ou quem sabe trazer para este plano os seres de Infernun ou até mesmo Tenebras. Acha uma atrocidade assim tão grande a morte dela em prol de tudo o que existe? Eu sempre o vi como alguém de visão, Haziel, mas agora demonstra pensar pequeno, como os humanos o fazem.
_ Ariel, apenas lhe peço que me permita ficar aqui na Terra. Não posso permitir que toquem na menina. Por favor, faça logo. - a voz de Haziel saiu entrecortada por alguns suspiros de dor.
_ Revela-te. - disse Ariel em voz alta.
As asas de Haziel brotaram de suas costas. A extensão das asas do Arcanjo são tão grandes que tocou as paredes de ambos os lados do beco.
_ Não tem o direito de pedir-me nada, Haziel. - Ela tocou com suas mãos as asas dele. _ Traiu vossos irmãos. Traiu seu povo, traindo assim aos próprios desígnios do Demiurge. Condeno-o a ser um pária entre os teus. Anjo caído, teu lugar é entre os traidores, demônios e condenados. Teu lugar é no INFERNO. - bradou Ariel, dando ênfase a última palavra. Em seguida arrancou as duas asas de Haziel num único golpe de ambas as suas mãos.
Haziel gritou tão alto que todas as vidraças em um raio de dois quilômetros explodiram. Alarmes de carros foram disparados, cães latiram e um outro raio singrou pelas nuvens, seguido de uma explosão onde pareceu que o céu desabaria.
Ariel se afastou e viu o círculo de fogo se formar ao redor de Haziel. Por um instante teve vontade de saltar lá e abraça-lo. Por um instante sentiu vontade desfazer todo o ritual e levá-lo, mesmo que a força, para Paradísia, mas sabia que era tarde demais.
Haziel viu as chamas ao seu redor. E pensou na menina. - Ela está perdida agora – Não se preocupou consigo.
_ Ariel! - gritou em desespero. _ Por favor, não permita que façam mal a ela.
Ariel sentiu uma raiva imensa. - Mesmo diante da porta para o Inferno é somente com a aberração que ele se preocupa, mas e comigo? Eu acabei de condenar o meu coração ao Inferno, e quem se preocupa comigo? - Ela foi até próximo das chamas.
_ A única coisa que posso lhe prometer é que ela não morrerá pelas minhas mãos. Mas não lhe devo nenhum favor, por tanto, pode ser que eu mude de idéia...
Um estrondo se fez abaixo de Haziel. O ritual estava terminado. Haziel olhou nos olhos de Ariel. Ambos fitaram-se com dor e pesar nos olhos, corações partidos e almas despedaçadas.
Então em um clarão as chamas sumiram e com elas Haziel. Ariel fitou o lugar onde Haziel estava há pouco, ajoelhou-se chorou.
Haziel estava em um túnel formado de chamas. Nas suas costas, no local onde estavam suas asas, agora só havia dor. E em sua alma uma mancha negra de pesar e lamentações.
O Vampiro Armand.
Uma miscelânea de muitos eu’s que já fui e que sou no presente momento.
Andrei; Jovem menino angelical, que pintava ícones com talento inenarrável.Pintava-os, não com mãos humanas, mas de acordo com os padres, com talento divino, ou seja, pintava por inspiração de Deus.
Amadeo; Jovem menino angelical, que depois de violado e vendido como escravo, veio nas mãos de Marius, seu amado mestre, conhecer toda a beleza e prazeres que a Renascença quatrocentista de Veneza poderia oferecer-lhe. Uma época de perguntas e poucas respostas. Época de segredos revelados, de morte e ressurreição.
Armand; Antigo menino angelical, líder de uma assembléia de adoradores do demônio nas profundezas do cemitério les innocents em Paris. Cego, vencido e deixando-se levar pelos pensamentos infames e incoerentes de outros.
Lestat, jovem arrogante e aristocrata sem posse alguma, nobre de corte nenhuma. Lestat que despedaça sonhos e abri até mesmo olhos que desejavam permanecerem fechados.
Lestat, que arrasou minhas idéias levianas, idéias que de outros e por passividade herdei. Lestat, que me deu o Théâtre dês vampires.
Théâtre ao qual chamei de lar, sem nunca realmente o sentir como tal.
Tudo isso é passado. Nada disso realmente importa ou sequer talvez tenha importado algum dia. Abstenho-me de continuar a pintar este quadro irrelevante e de cores cinzas, enevoadas e sem vida.
Não falarei sobre véus, não mencionarei a deus ou o cristo crucificado, estas lembranças só a mim pertencem e já foram mencionadas, por tanto quem não teve entendimento sobre tais palavras, de forma alguma terá aqui.
Hoje ouço a Apassionata tocada por Sybelle, vejo Benji maravilhado com as cores da noite. E eu os amo, um amor verdadeiro e diferente de todos que conheci.
Hoje sou Armand, o vampiro. Sempre o serei.
Andrei; Jovem menino angelical, que pintava ícones com talento inenarrável.Pintava-os, não com mãos humanas, mas de acordo com os padres, com talento divino, ou seja, pintava por inspiração de Deus.
Amadeo; Jovem menino angelical, que depois de violado e vendido como escravo, veio nas mãos de Marius, seu amado mestre, conhecer toda a beleza e prazeres que a Renascença quatrocentista de Veneza poderia oferecer-lhe. Uma época de perguntas e poucas respostas. Época de segredos revelados, de morte e ressurreição.
Armand; Antigo menino angelical, líder de uma assembléia de adoradores do demônio nas profundezas do cemitério les innocents em Paris. Cego, vencido e deixando-se levar pelos pensamentos infames e incoerentes de outros.
Lestat, jovem arrogante e aristocrata sem posse alguma, nobre de corte nenhuma. Lestat que despedaça sonhos e abri até mesmo olhos que desejavam permanecerem fechados.
Lestat, que arrasou minhas idéias levianas, idéias que de outros e por passividade herdei. Lestat, que me deu o Théâtre dês vampires.
Théâtre ao qual chamei de lar, sem nunca realmente o sentir como tal.
Tudo isso é passado. Nada disso realmente importa ou sequer talvez tenha importado algum dia. Abstenho-me de continuar a pintar este quadro irrelevante e de cores cinzas, enevoadas e sem vida.
Não falarei sobre véus, não mencionarei a deus ou o cristo crucificado, estas lembranças só a mim pertencem e já foram mencionadas, por tanto quem não teve entendimento sobre tais palavras, de forma alguma terá aqui.
Hoje ouço a Apassionata tocada por Sybelle, vejo Benji maravilhado com as cores da noite. E eu os amo, um amor verdadeiro e diferente de todos que conheci.
Hoje sou Armand, o vampiro. Sempre o serei.
"She's like a heroin."
Quando eu tinha aproximadamente doze anos, levei um tombo do pé de abacate. A principio não foi nada grave, mas algum tempo depois eu não podia sequer mover o joelho direito, a dor era imensa. Quase todas as crianças tem medo de injeções, ao menos eu não me lembro de já ter visto alguma criança num hospital gritando “ Obaaaaaaaaaaa, INJEÇÃOOOO.” Eu não era uma exceção, ao contrário, eu entrava em pânico. Lembro-me do meu pai correndo atrás enquanto eu ia pulando numa perna só como se fosse o Saci fugindo da Cuca.
Antigamente a Heroína era aplicada de uma única forma, uma injeção intravenosa, mas hoje em dia tem aqueles que a misturam a outras drogas, ingerem, fumam, no entanto, a injeção ainda é preferida por muitos, pois o efeito é quase imediato.
Minhas mãos já habituadas trabalham tão rápidas, parecem automáticas. Tudo é como um ritual habituado. As vezes tento lembrar em que lugar do tempo isso iniciou... Não a primeira vez, nem nada do tipo, mas o momento em que ficou esclarecido que seria assim...
Creio que foi aos quinze anos que inventei uma forma nítida de escape, era nítido pra mim, apesar de depois de um tempo ter se tornado ineficiente... Tenho um tio músico. Ele estava em começo de carreira.( Acho que tantos anos depois ele ainda parece estar em começo de carreira.) Ele me chamava todas as sextas-feiras a noite para acompanha-lo até um churrascaria onde ele e o pessoal da banda se apresentavam. Lá, meu entretenimento vinha de duas formas. No começo era comer. Eu tinha quinze anos e um mundo de carnes, doces, massas a minha frente e eu só precisava escolher o que quisesse. Acho que aos quinze anos não conseguimos comer o suficiente para ocupar a mente com isso... Enfim, quando eu não agüentava mais comer, tudo, tudo perdia a graça. Meu estômago ficava pra lá de forrado, eu não tava nem ai para o que meu tio cantava e ficava completamente entediado.
Então acontecia...
Um barulho vindo lá de trás. As pessoas gritando desesperadamente. Eu me levantava e olhava. O Hulk havia acabado de entrar na churrascaria, ele parecia completamente descontrolado. Lembro-me de pensar “ Mas o Hulk é um herói... Tenho que impedi-lo sem lhe causar mal...” ( Hahahahaha, que idiotice, e quem é que pode fazer mal ao Hulk?) Então eu pulava por cima das cadeiras e no exato momento em que o Hulk ia pisotear uma linda garota.( Sempre tem uma linda garota a ser salva, contraditório quando você é que precisa de salvação.) Dou um longo e interminável salto.( Como em câmera lenta.) Grito “ AFASTE-SE DELA AGORA.” Dou um senhor soco no Hulk, ele voa e atravessa as paredes indo parar lá na rua... Depois disso eu dou mais um socos nele, ele me da alguns socos, e no fim ele volta a ser o Doutor Banner e me agradece.
Efeitos da Heroína: Sensação de tranqüilidade e diminuição do sentimento de desconfiança, autoconfiança maior, indiferença aos outros, analgesia; algo como uma hipoalgia temporária.( Quem joga Gurps sabe o que é hipoalgia, ou alto limiar da dor.)e sonolência. Os efeitos diminuem conforme o uso, portanto é necessário aumentar a dose sempre.
Eu era um palhaço quando criança.( Dependendo do ponto de vista, não mudei muito...) Lembro-me da ocasião em que minha mãe me pediu para ir até a cozinha buscar uma banana d' água, me lembro dela rir muito quando eu trouxe a banana e um copo com água. Tínhamos um cão da raça dálmata, me lembro de todos rirem muito quando eu pulava em cima dele gritando que era o He-man e ele o gato guerreiro.( Imagino que para um cão ser chamado de gato não seja muito agradável, mesmo que este seja um guerreiro.)
Mas eu cresci. Tem uma frase que minha mãe me disse uma vez em que estávamos discutindo, engraçado, eu já esqueci coisas que aconteceram muito depois disso, mas não consigo esquecer isso...
“ Você já foi uma pessoa muito boa de se lidar...”
Quando foi isso? Eu não me lembro... Quando foi o momento exato em que me tornei uma pessoa difícil de se lidar?
Existem inúmeros efeitos destrutivos para o uso de Heroína a longo prazo. Esses efeitos podem variar dependendo de uma gama diversificada de coisas, no entanto, a um efeito praticamente certo a qualquer usuário; lesões cerebrais extensas, claramente visíveis em macroscópica e microscopicamente em autopsias...
Antigamente a Heroína era aplicada de uma única forma, uma injeção intravenosa, mas hoje em dia tem aqueles que a misturam a outras drogas, ingerem, fumam, no entanto, a injeção ainda é preferida por muitos, pois o efeito é quase imediato.
Minhas mãos já habituadas trabalham tão rápidas, parecem automáticas. Tudo é como um ritual habituado. As vezes tento lembrar em que lugar do tempo isso iniciou... Não a primeira vez, nem nada do tipo, mas o momento em que ficou esclarecido que seria assim...
Creio que foi aos quinze anos que inventei uma forma nítida de escape, era nítido pra mim, apesar de depois de um tempo ter se tornado ineficiente... Tenho um tio músico. Ele estava em começo de carreira.( Acho que tantos anos depois ele ainda parece estar em começo de carreira.) Ele me chamava todas as sextas-feiras a noite para acompanha-lo até um churrascaria onde ele e o pessoal da banda se apresentavam. Lá, meu entretenimento vinha de duas formas. No começo era comer. Eu tinha quinze anos e um mundo de carnes, doces, massas a minha frente e eu só precisava escolher o que quisesse. Acho que aos quinze anos não conseguimos comer o suficiente para ocupar a mente com isso... Enfim, quando eu não agüentava mais comer, tudo, tudo perdia a graça. Meu estômago ficava pra lá de forrado, eu não tava nem ai para o que meu tio cantava e ficava completamente entediado.
Então acontecia...
Um barulho vindo lá de trás. As pessoas gritando desesperadamente. Eu me levantava e olhava. O Hulk havia acabado de entrar na churrascaria, ele parecia completamente descontrolado. Lembro-me de pensar “ Mas o Hulk é um herói... Tenho que impedi-lo sem lhe causar mal...” ( Hahahahaha, que idiotice, e quem é que pode fazer mal ao Hulk?) Então eu pulava por cima das cadeiras e no exato momento em que o Hulk ia pisotear uma linda garota.( Sempre tem uma linda garota a ser salva, contraditório quando você é que precisa de salvação.) Dou um longo e interminável salto.( Como em câmera lenta.) Grito “ AFASTE-SE DELA AGORA.” Dou um senhor soco no Hulk, ele voa e atravessa as paredes indo parar lá na rua... Depois disso eu dou mais um socos nele, ele me da alguns socos, e no fim ele volta a ser o Doutor Banner e me agradece.
Efeitos da Heroína: Sensação de tranqüilidade e diminuição do sentimento de desconfiança, autoconfiança maior, indiferença aos outros, analgesia; algo como uma hipoalgia temporária.( Quem joga Gurps sabe o que é hipoalgia, ou alto limiar da dor.)e sonolência. Os efeitos diminuem conforme o uso, portanto é necessário aumentar a dose sempre.
Eu era um palhaço quando criança.( Dependendo do ponto de vista, não mudei muito...) Lembro-me da ocasião em que minha mãe me pediu para ir até a cozinha buscar uma banana d' água, me lembro dela rir muito quando eu trouxe a banana e um copo com água. Tínhamos um cão da raça dálmata, me lembro de todos rirem muito quando eu pulava em cima dele gritando que era o He-man e ele o gato guerreiro.( Imagino que para um cão ser chamado de gato não seja muito agradável, mesmo que este seja um guerreiro.)
Mas eu cresci. Tem uma frase que minha mãe me disse uma vez em que estávamos discutindo, engraçado, eu já esqueci coisas que aconteceram muito depois disso, mas não consigo esquecer isso...
“ Você já foi uma pessoa muito boa de se lidar...”
Quando foi isso? Eu não me lembro... Quando foi o momento exato em que me tornei uma pessoa difícil de se lidar?
Existem inúmeros efeitos destrutivos para o uso de Heroína a longo prazo. Esses efeitos podem variar dependendo de uma gama diversificada de coisas, no entanto, a um efeito praticamente certo a qualquer usuário; lesões cerebrais extensas, claramente visíveis em macroscópica e microscopicamente em autopsias...
Perdoa-me, Barrie, onde estiver...
O ritmo cadente e atribulado de uma grande cidade ao despertar para noite tornou impossível a qualquer dos seus habitantes perceber uma estranha figura pousada em cima de um prédio. O menino de roupas verdes, que, mas se assemelhavam a grandes folhas de Palmeiras cuidadosamente entrelaçadas, suas orelhas ligeiramente pontiagudas, talvez revelando um parentesco com o povo dos elfos... é possível,tudo o é.
Havia um brilho rosado e forte pousado no ombro do menino de roupas verdes. Numa visão próxima, o ponto nada mais era do que uma bela jovem, porém diminuta ao tamanho de um polegar. Tendo as formas de uma moça adulta de cabelo desgrenhado e púrpura. Em suas costas havia dois pares de asas tão transparentes quanto a água. Apesar de seu brilho sugerir algo como um pequeno sol ou estrela, a face da pequenina fada denotava descontentamento...
Os grandes olhos do menino de roupas verdes percorriam velozmente cada recanto da cidade, parecia procurar por algo... Num gesto rápido, em que moveu a cabeça com tanta força, atirou ao ar a fada em seu ombro. O menino de roupas verdes parecia ter ouvido alguma coisa...
Voando baixo e rápido, alheio a sua imagem refletida nos vidraças dos prédios, o menino de roupas verdes se aproximou de uma janela, parado no ar, seus pés balançando, como se procurassem o chão sem o achar. A fada se aproximou e o beliscou com toda força que pode, mas, tão atento ele estava que pareceu nada sentir...
Com fascínio nos olhos, o menino de roupas verdes teve sua atenção totalmente roubada pelo que via; uma jovem de notável beleza recostada à cama de uma velha senhora. O menino de roupas verdes não poderia saber naquela ocasião, mas de uma forma totalmente diferente da que imaginava, estava diante do tesouro que procurava...
A Fada em seu ombro não gostou nada da expressão na face do menino...
A jovem lá dentro, sem saber nada sobre seus dois espectadores secretos, ergueu-se sobre a velha, que era a sua avó, ajeitou o seu cobertor e a beijou na face.
“_ Você é um verdadeiro amor, minha filha.” – disse a velha senhora. A menina sorriu.
“_ Boa noite, vó.” Disse a menina. Em seguida caminhou até a porta.
O menino de roupas verdes arregalou os olhos o máximo que pode, tamanha foi sua surpresa ao ouvir as palavras da velha senhora; “... verdadeiro amor.”
“ _ Viu, Sininho, é ela... Nós encontramos o amor. Temos que levá-lo.”
Sininho o olhou com glacial expressão. Sua voz, que mais se assemelhava com o repicar de sinos, saiu num tom alto e severo, somente compreendido pelo menino de roupas verdes. Ela o chamou de Peter e antes que pudesse dizer que aquela menina magrela não poderia ser o tesouro que buscavam... Peter saiu voando sem lhe dar atenção...
Havia um brilho rosado e forte pousado no ombro do menino de roupas verdes. Numa visão próxima, o ponto nada mais era do que uma bela jovem, porém diminuta ao tamanho de um polegar. Tendo as formas de uma moça adulta de cabelo desgrenhado e púrpura. Em suas costas havia dois pares de asas tão transparentes quanto a água. Apesar de seu brilho sugerir algo como um pequeno sol ou estrela, a face da pequenina fada denotava descontentamento...
Os grandes olhos do menino de roupas verdes percorriam velozmente cada recanto da cidade, parecia procurar por algo... Num gesto rápido, em que moveu a cabeça com tanta força, atirou ao ar a fada em seu ombro. O menino de roupas verdes parecia ter ouvido alguma coisa...
Voando baixo e rápido, alheio a sua imagem refletida nos vidraças dos prédios, o menino de roupas verdes se aproximou de uma janela, parado no ar, seus pés balançando, como se procurassem o chão sem o achar. A fada se aproximou e o beliscou com toda força que pode, mas, tão atento ele estava que pareceu nada sentir...
Com fascínio nos olhos, o menino de roupas verdes teve sua atenção totalmente roubada pelo que via; uma jovem de notável beleza recostada à cama de uma velha senhora. O menino de roupas verdes não poderia saber naquela ocasião, mas de uma forma totalmente diferente da que imaginava, estava diante do tesouro que procurava...
A Fada em seu ombro não gostou nada da expressão na face do menino...
A jovem lá dentro, sem saber nada sobre seus dois espectadores secretos, ergueu-se sobre a velha, que era a sua avó, ajeitou o seu cobertor e a beijou na face.
“_ Você é um verdadeiro amor, minha filha.” – disse a velha senhora. A menina sorriu.
“_ Boa noite, vó.” Disse a menina. Em seguida caminhou até a porta.
O menino de roupas verdes arregalou os olhos o máximo que pode, tamanha foi sua surpresa ao ouvir as palavras da velha senhora; “... verdadeiro amor.”
“ _ Viu, Sininho, é ela... Nós encontramos o amor. Temos que levá-lo.”
Sininho o olhou com glacial expressão. Sua voz, que mais se assemelhava com o repicar de sinos, saiu num tom alto e severo, somente compreendido pelo menino de roupas verdes. Ela o chamou de Peter e antes que pudesse dizer que aquela menina magrela não poderia ser o tesouro que buscavam... Peter saiu voando sem lhe dar atenção...
Sobre verdades...
Precisa-se de muito pouco para se entender alguns mistérios essenciais...
(ou entender, pelo menos, que eles existem)
Todos podem atingir a experiência espiritual,
mas nada é mais difícil do que realizá-la. A maioria nem passa perto até o momento de sua morte pessoal....
Dizem que se precisaria de mil lições compreendidas e absorvidas para se entender a cabala e dizem que seu cursinho mais rápido se resume a uma centena de lições. Com todo respeito aos cabalistas, que entupimento das vias intelectuais uma quantidade de conhecimentos assim não o faz?
Argumentam que, a partir de um ponto, outros níveis de consciência são acionados, mas infelizmente não dá pra aceitar que um homem de coração puro, sem nenhum estudo, condenado, não possa alcançar a verdadeira iluminação.
Não!
A chave vai na direção diversa,
vai na direção da simplicidade...
e simples é entender, receber o todo de uma única vez - e a porta é o coração.... ele produz a atenção e não a cabeça, que erra nos corredores, nas circunvoluções do cérebro e da mente não disciplinada pela atenção do coração (chave e porta).
Não há tempo para se brincar de aprender!
Só há tempo para lembrar e lembrar o que é certo:
só há tempo para a VERDADE!
Dizem que estamos na economia da informação,
mas essa é a visão de quem erra pelos labirintos
- fascinantes, é verdade! Cravejados de "símbolos" cabalistas e suméricos - da cabeça...
É possível passar toda a vida •escrevendo sobre apenas um metro quadrado de paredes labirínticas, •se encantando com suas conexões •(e transformando aquele mísero metro no quadrado da construção)...
A nova economia diante de tantos labirintos deve ser a economia da atenção -
só quem possui atenção poderá escapar das bifurcações infinitas do labirinto
e poderá correr o risco de enfrentar o minotauro (segunda atenção)
e por fim, se ele não se esqueceu,
escapar do labirinto através do fio de Ariadne (terceira atenção)....
Ó louco controlado, então preste atenção:
no labirinto circular do filme primavera....e primavera,
por onde podemos entrar?
Sim, não importa!!!
Ao entrarmos, já estaremos presos no labirinto que se repete e é sempre diferente.
Este labirinto responde ao ciclo ying-yang?
Não, ele responde à lógica do iceberg! Era uma vez Sophia...
(ou entender, pelo menos, que eles existem)
Todos podem atingir a experiência espiritual,
mas nada é mais difícil do que realizá-la. A maioria nem passa perto até o momento de sua morte pessoal....
Dizem que se precisaria de mil lições compreendidas e absorvidas para se entender a cabala e dizem que seu cursinho mais rápido se resume a uma centena de lições. Com todo respeito aos cabalistas, que entupimento das vias intelectuais uma quantidade de conhecimentos assim não o faz?
Argumentam que, a partir de um ponto, outros níveis de consciência são acionados, mas infelizmente não dá pra aceitar que um homem de coração puro, sem nenhum estudo, condenado, não possa alcançar a verdadeira iluminação.
Não!
A chave vai na direção diversa,
vai na direção da simplicidade...
e simples é entender, receber o todo de uma única vez - e a porta é o coração.... ele produz a atenção e não a cabeça, que erra nos corredores, nas circunvoluções do cérebro e da mente não disciplinada pela atenção do coração (chave e porta).
Não há tempo para se brincar de aprender!
Só há tempo para lembrar e lembrar o que é certo:
só há tempo para a VERDADE!
Dizem que estamos na economia da informação,
mas essa é a visão de quem erra pelos labirintos
- fascinantes, é verdade! Cravejados de "símbolos" cabalistas e suméricos - da cabeça...
É possível passar toda a vida •escrevendo sobre apenas um metro quadrado de paredes labirínticas, •se encantando com suas conexões •(e transformando aquele mísero metro no quadrado da construção)...
A nova economia diante de tantos labirintos deve ser a economia da atenção -
só quem possui atenção poderá escapar das bifurcações infinitas do labirinto
e poderá correr o risco de enfrentar o minotauro (segunda atenção)
e por fim, se ele não se esqueceu,
escapar do labirinto através do fio de Ariadne (terceira atenção)....
Ó louco controlado, então preste atenção:
no labirinto circular do filme primavera....e primavera,
por onde podemos entrar?
Sim, não importa!!!
Ao entrarmos, já estaremos presos no labirinto que se repete e é sempre diferente.
Este labirinto responde ao ciclo ying-yang?
Não, ele responde à lógica do iceberg! Era uma vez Sophia...
Untitled
O que realmente define a personalidade de alguém? Suas convicções e crenças? Seus pensamentos e impressões sobre tudo o que esta ao seu redor? Seus desejos, anseios e sentimentos? Seus acertos e erros, vitórias e derrotas? Seus medos?
Eu realmente não sei...
Eu não me importo em saber. Não me importo com nada... Não me importo com nada...
Isso seria fraqueza? Então uma palavra adicionada para a lista das palavras que definem quem eu sou? Fraco...
O que são palavras?
Posso preencher uma xícara de papel com elas, uma piscina de tristeza com algumas ondas de alegria. As palavras escapolem pelo universo infinito a fora, mas não possuem repercussão alguma...
Isso significa que sou um idiota e temos mais uma palavra adicionada à lista?
Devem ser os erros que nos definem... Seriam os acertos? Mas definitivamente os erros são muito mais importantes do que os acertos. Acertos são tidos como eventualidades, algo trivial e cotidiano, como se todos fossem obrigados a acertar sempre, mas os erros, estes ficam gravados. Haveria uma forma matemática para isso? Suponhamos que cada erro cometido equivale a cinco acertos. Suponhamos agora que devido ao fato de sermos humanos (Humanos erram freqüentemente. Olhe em sua volta... Olhe para o nosso mundo e terá provas do que digo...) cometamos dez acertos em uma semana que seriam quarenta acertos ao mês, é necessário apenas que cometa oito erros e seus quarenta acertos não farão diferença alguma...
Isso apenas atesta que sou mesmo um idiota por ter um pensamento desses?
Eu queria que tudo fosse diferente.(Levante e faça as coisas acontecerem? Faça com que sejam diferentes? Mas e se eu disser que já tentei, mas ainda assim nada aconteceu?)
Eu não sei mesmo quem sou, mas tenho convicções e crenças. Tenho desejos, anseios e sentimentos... Lembro-me de todos os meus acertos e erros, vitórias e derrotas. Eu também tenho medo. Eu tenho medo de uma vida inteira sem sentido, é tempo demais...
Estou perdendo tantas coisas... Eu gostaria de permanecer convicto de umas e outras... Eu gostaria, mesmo, de ainda manter meu desejo maior de ser bom.
Se eu desmoronar a minha memória permanecera clara?
Dizem que a historia nunca se repete, então eu gostaria de não dizer palavras das quais eu pudesse no futuro me lamentar. Eu gostaria de não ter a necessidade de sua crença e somente acreditar em mim.
Eu quero acreditar nos contos de fadas, quero o final feliz deles...
Eu realmente não sei...
Eu não me importo em saber. Não me importo com nada... Não me importo com nada...
Isso seria fraqueza? Então uma palavra adicionada para a lista das palavras que definem quem eu sou? Fraco...
O que são palavras?
Posso preencher uma xícara de papel com elas, uma piscina de tristeza com algumas ondas de alegria. As palavras escapolem pelo universo infinito a fora, mas não possuem repercussão alguma...
Isso significa que sou um idiota e temos mais uma palavra adicionada à lista?
Devem ser os erros que nos definem... Seriam os acertos? Mas definitivamente os erros são muito mais importantes do que os acertos. Acertos são tidos como eventualidades, algo trivial e cotidiano, como se todos fossem obrigados a acertar sempre, mas os erros, estes ficam gravados. Haveria uma forma matemática para isso? Suponhamos que cada erro cometido equivale a cinco acertos. Suponhamos agora que devido ao fato de sermos humanos (Humanos erram freqüentemente. Olhe em sua volta... Olhe para o nosso mundo e terá provas do que digo...) cometamos dez acertos em uma semana que seriam quarenta acertos ao mês, é necessário apenas que cometa oito erros e seus quarenta acertos não farão diferença alguma...
Isso apenas atesta que sou mesmo um idiota por ter um pensamento desses?
Eu queria que tudo fosse diferente.(Levante e faça as coisas acontecerem? Faça com que sejam diferentes? Mas e se eu disser que já tentei, mas ainda assim nada aconteceu?)
Eu não sei mesmo quem sou, mas tenho convicções e crenças. Tenho desejos, anseios e sentimentos... Lembro-me de todos os meus acertos e erros, vitórias e derrotas. Eu também tenho medo. Eu tenho medo de uma vida inteira sem sentido, é tempo demais...
Estou perdendo tantas coisas... Eu gostaria de permanecer convicto de umas e outras... Eu gostaria, mesmo, de ainda manter meu desejo maior de ser bom.
Se eu desmoronar a minha memória permanecera clara?
Dizem que a historia nunca se repete, então eu gostaria de não dizer palavras das quais eu pudesse no futuro me lamentar. Eu gostaria de não ter a necessidade de sua crença e somente acreditar em mim.
Eu quero acreditar nos contos de fadas, quero o final feliz deles...
O líder dos escolhidos.
Não conseguia lembrar de nenhum momento em sua existência em que tivesse sentido dor semelhante...
Sangrava muito, como se seu corpo não passasse de uma enorme ferida aberta e profunda. Sentiu o gosto do sangue mesclado ao da areia em seus lábios. Tentou erguer-se com ajuda da espada. Não entendia o porque de ainda estar vivo... Nunca soube de algum homem que pudesse resistir a tantos ferimentos, isso apenas vinha para comprovar ainda mais sua desconfiança... Lembrou-se das palavras da feiticeira há apenas dois dias atrás.
“- Você esta morto. Você morreu, mas ainda caminha...”
Conseguiu ficar de pé. Avistou Melkor, que caminhava em sua direção com passos vagarosos e a espada verde ainda em mão.
Meio trôpego, Argaio apenas esperou que seu inimigo se aproximasse mais. Não tinha certeza alguma se ainda tinha chance de vencer esta batalha, mas ainda assim lutaria, não conhecia a derrota e preferia que sua morte fosse dessa forma, de pé e lutando.
Melkor ao se aproximar sorriu de uma maneira zombeteira. Não se sentia tão exultado com uma batalha há tanto tempo e com esta estava tendo um prazer imenso, mas estava cansado, tinha como objetivo único obter a espada verde e a manopla, tinha uma em suas mãos, então olhou para a manopla na mão direita de Argaio e o sorriso abandonou sua face.
- Dê-me a manopla e pouparei sua vida, caso contrário tiro-a de você e junto o seu braço. – disse Melkor, erguendo a espada verde em seguida.
Argaio arqueou as sobrancelhas e sorriu. Sentia muita dor, mas ainda achava enorme graça nas bravatas de Melkor. Lembrou-se das inúmeras vezes em que o derrotou e julgou que não mais o veria.
- Estou farto de ouvir suas garatujas. O que foi que disse na ultima vez que lutamos, você se lembra? Algo sobre não poder ser derrotado e coisas do tipo... Eu me lembro que foi num instante antes de minha espada quase separar sua cabeça do corpo... Você é teimoso, Melkor, isso o que é.
Argaio sabia que a lamina de sua espada não poderia resistir a mais um ataque da poderosa espada verde, certamente quebraria, teria que se esquivar dos ataques de Melkor.
- Você morre hoje. – sibilou Melkor. – Tomarei a manopla e o sangue de Khan que
corre em suas veias por uma infeliz obra do acaso. Infeliz, mas uma infeliz conveniência para mim.
Sangue de Khan... O que significa isso? - Pensou Argaio.
Melkor brandiu uma vez mais a espada verde. Seu golpe teria partido Argaio em dois se ele não tivesse saltado para o lado.
- O que quer dizer com sangue de Khan? – perguntou Argaio.
- Não importa. Você vai estar morto em definitivo num instante. – respondeu Melkor.
Argaio um pouco aturdido pela declaração de Melkor foi pego de surpresa pela espada verde, sem tempo de esquivar-se cometeu um ato inusitado.
A lamina da espada verde atingiu em cheio a manopla que controla o ar. Duas armas pertencentes aos deuses se chocaram.
Um som ensurdecedor pode ser ouvido a uma distância deles equivalente a mesma distância de Bel-Gadriel a Arrow Safe.
Nuvens negras se formaram no céu.
Melkor segurava a espada verde com força, sua face crispada em raiva. Argaio resistia com toda sua força enquanto observava as duas armas brilharem intensamente.
Subitamente ambos sentiram a terra tremer e uma cortina de poeira levantou-se diante e ao redor deles.
Argaio não conseguia ver mais nada, apenas sentiu quando seu corpo foi atirado longe. Sorriu. Tinha certeza absoluta de que a dor que sentia não podia aumentar.
Sangrava muito, como se seu corpo não passasse de uma enorme ferida aberta e profunda. Sentiu o gosto do sangue mesclado ao da areia em seus lábios. Tentou erguer-se com ajuda da espada. Não entendia o porque de ainda estar vivo... Nunca soube de algum homem que pudesse resistir a tantos ferimentos, isso apenas vinha para comprovar ainda mais sua desconfiança... Lembrou-se das palavras da feiticeira há apenas dois dias atrás.
“- Você esta morto. Você morreu, mas ainda caminha...”
Conseguiu ficar de pé. Avistou Melkor, que caminhava em sua direção com passos vagarosos e a espada verde ainda em mão.
Meio trôpego, Argaio apenas esperou que seu inimigo se aproximasse mais. Não tinha certeza alguma se ainda tinha chance de vencer esta batalha, mas ainda assim lutaria, não conhecia a derrota e preferia que sua morte fosse dessa forma, de pé e lutando.
Melkor ao se aproximar sorriu de uma maneira zombeteira. Não se sentia tão exultado com uma batalha há tanto tempo e com esta estava tendo um prazer imenso, mas estava cansado, tinha como objetivo único obter a espada verde e a manopla, tinha uma em suas mãos, então olhou para a manopla na mão direita de Argaio e o sorriso abandonou sua face.
- Dê-me a manopla e pouparei sua vida, caso contrário tiro-a de você e junto o seu braço. – disse Melkor, erguendo a espada verde em seguida.
Argaio arqueou as sobrancelhas e sorriu. Sentia muita dor, mas ainda achava enorme graça nas bravatas de Melkor. Lembrou-se das inúmeras vezes em que o derrotou e julgou que não mais o veria.
- Estou farto de ouvir suas garatujas. O que foi que disse na ultima vez que lutamos, você se lembra? Algo sobre não poder ser derrotado e coisas do tipo... Eu me lembro que foi num instante antes de minha espada quase separar sua cabeça do corpo... Você é teimoso, Melkor, isso o que é.
Argaio sabia que a lamina de sua espada não poderia resistir a mais um ataque da poderosa espada verde, certamente quebraria, teria que se esquivar dos ataques de Melkor.
- Você morre hoje. – sibilou Melkor. – Tomarei a manopla e o sangue de Khan que
corre em suas veias por uma infeliz obra do acaso. Infeliz, mas uma infeliz conveniência para mim.
Sangue de Khan... O que significa isso? - Pensou Argaio.
Melkor brandiu uma vez mais a espada verde. Seu golpe teria partido Argaio em dois se ele não tivesse saltado para o lado.
- O que quer dizer com sangue de Khan? – perguntou Argaio.
- Não importa. Você vai estar morto em definitivo num instante. – respondeu Melkor.
Argaio um pouco aturdido pela declaração de Melkor foi pego de surpresa pela espada verde, sem tempo de esquivar-se cometeu um ato inusitado.
A lamina da espada verde atingiu em cheio a manopla que controla o ar. Duas armas pertencentes aos deuses se chocaram.
Um som ensurdecedor pode ser ouvido a uma distância deles equivalente a mesma distância de Bel-Gadriel a Arrow Safe.
Nuvens negras se formaram no céu.
Melkor segurava a espada verde com força, sua face crispada em raiva. Argaio resistia com toda sua força enquanto observava as duas armas brilharem intensamente.
Subitamente ambos sentiram a terra tremer e uma cortina de poeira levantou-se diante e ao redor deles.
Argaio não conseguia ver mais nada, apenas sentiu quando seu corpo foi atirado longe. Sorriu. Tinha certeza absoluta de que a dor que sentia não podia aumentar.
Definindo a única forma de se viver.
O bom jogador sabe quando deve apostar.
A aceleração de uma bala calibre 38 ao sair do cano vai do zero a 300 km/h em menos de um segundo.
O grande truque é esconder os sentimentos sob uma máscara gelada.
O impacto do projétil disparado a menos de dois metros do alvo pode atravessar a vítima, causando grave hemorragia interna e espalhando estilhaços de ossos por dentro do corpo, o que aumenta a probabilidade de infecção generalizada.
A graça está em levar um blefe até o fim, determinando o momento exato em que o adversário está fragilizado para desferir o golpe fatal.
O recuo de uma arma de fogo é violento, logo, se o usuário decidir realizar outro disparo, deverá manter a mão firme e apenas ajustar a mira para o objetivo subseqüente.
É necessário deixar o outro jogador desamparado, sem pai nem mãe...
O atirador consciente sabe quanto deve gastar para atingir seu objetivo. Se duas balas podem resolver o problema, não faz sentido desperdiçar munição em alvos que não representam ameaça imediata. O melhor é guardar a arma e retirar-se o mais rápido possível da cena.
...e alimentar nele sentimentos simples e ambíguos como raiva e vingança.
Por outro lado, é importante precisar se o alvo está devidamente neutralizado antes da retirada. Ninguém quer ser atacado pelas costas por um animal ferido ou deixar escapar algo que possa querer cobrar uma dívida de sangue.
É como pescar. Você dá a linha ao peixe e deixa-o pensar que está seguro, que se safou com a comida.
Porque há casos documentados de caçadores profissionais que sofreram prejuízos enormes por deixarem um filhote vivo e, ao voltarem à floresta no ano seguinte, serem confrontados por um adulto raivoso e de boa memória.
Deixe-o alimentar o ódio, esquecer os prazeres da vida. Faça com que o amor morra lentamente, salgando o solo. Focalize seu pensamento na retribuição, na dor. Transforme-o em seu instrumento, seu chicote, a bota que pisa o rosto.
Certos predadores evoluem por causa do homem, desenvolvem sentidos especiais que permitem localizar o inimigo nos cenários mais inóspitos, transformam caçador em caça e devoram até os ossos.
Pendure-o numa corda e manobre o corpo como uma marionete, punindo seus inimigos, mas pensando que o faz por vontade própria.
Certos animais podem contagiar um ambiente, espalhando a dor, a raiva e a loucura por entre outras criaturas.
Faça com que todos sejam influenciados por sua raiva justificada. Utilize a aura da fera e potencialize seus adversários. Faça com que ele se torne a causa do que pretende exterminar, encurrale a presa, reverta o jogo, feche o círculo.
E, numa floresta tomada pelo medo e pela raiva, não há para onde fugir.
Então, quando estiver no centro da roda, algo simples, um descuido fatal, trará todo o butim, toda a recompensa de uma vez. Todos os inimigos, a sopa de ódios, a violência primordial, a insanidade concentrada será sugada. Todos morrerão ao mesmo tempo e o jogo estará ganho.
O caçador deve manter a calma mesmo nas situações menos propícias. O raciocínio nunca deve ser embotado pela emoção, mas focar a atenção como uma lâmina afiada. Sempre há uma saída. Sempre...
A aceleração de uma bala calibre 38 ao sair do cano vai do zero a 300 km/h em menos de um segundo.
O grande truque é esconder os sentimentos sob uma máscara gelada.
O impacto do projétil disparado a menos de dois metros do alvo pode atravessar a vítima, causando grave hemorragia interna e espalhando estilhaços de ossos por dentro do corpo, o que aumenta a probabilidade de infecção generalizada.
A graça está em levar um blefe até o fim, determinando o momento exato em que o adversário está fragilizado para desferir o golpe fatal.
O recuo de uma arma de fogo é violento, logo, se o usuário decidir realizar outro disparo, deverá manter a mão firme e apenas ajustar a mira para o objetivo subseqüente.
É necessário deixar o outro jogador desamparado, sem pai nem mãe...
O atirador consciente sabe quanto deve gastar para atingir seu objetivo. Se duas balas podem resolver o problema, não faz sentido desperdiçar munição em alvos que não representam ameaça imediata. O melhor é guardar a arma e retirar-se o mais rápido possível da cena.
...e alimentar nele sentimentos simples e ambíguos como raiva e vingança.
Por outro lado, é importante precisar se o alvo está devidamente neutralizado antes da retirada. Ninguém quer ser atacado pelas costas por um animal ferido ou deixar escapar algo que possa querer cobrar uma dívida de sangue.
É como pescar. Você dá a linha ao peixe e deixa-o pensar que está seguro, que se safou com a comida.
Porque há casos documentados de caçadores profissionais que sofreram prejuízos enormes por deixarem um filhote vivo e, ao voltarem à floresta no ano seguinte, serem confrontados por um adulto raivoso e de boa memória.
Deixe-o alimentar o ódio, esquecer os prazeres da vida. Faça com que o amor morra lentamente, salgando o solo. Focalize seu pensamento na retribuição, na dor. Transforme-o em seu instrumento, seu chicote, a bota que pisa o rosto.
Certos predadores evoluem por causa do homem, desenvolvem sentidos especiais que permitem localizar o inimigo nos cenários mais inóspitos, transformam caçador em caça e devoram até os ossos.
Pendure-o numa corda e manobre o corpo como uma marionete, punindo seus inimigos, mas pensando que o faz por vontade própria.
Certos animais podem contagiar um ambiente, espalhando a dor, a raiva e a loucura por entre outras criaturas.
Faça com que todos sejam influenciados por sua raiva justificada. Utilize a aura da fera e potencialize seus adversários. Faça com que ele se torne a causa do que pretende exterminar, encurrale a presa, reverta o jogo, feche o círculo.
E, numa floresta tomada pelo medo e pela raiva, não há para onde fugir.
Então, quando estiver no centro da roda, algo simples, um descuido fatal, trará todo o butim, toda a recompensa de uma vez. Todos os inimigos, a sopa de ódios, a violência primordial, a insanidade concentrada será sugada. Todos morrerão ao mesmo tempo e o jogo estará ganho.
O caçador deve manter a calma mesmo nas situações menos propícias. O raciocínio nunca deve ser embotado pela emoção, mas focar a atenção como uma lâmina afiada. Sempre há uma saída. Sempre...
De saco cheio.
Não me surpreendo mais, não fico mais chocado, atônito ou exasperado. Não existe mais nenhuma peripécia, vilania, ignorância ou ato vil que os seres humanos possam fazer que consiga me causar assombro. Já não espero mais nada de vocês que não seja maligno.
Tenho certeza absoluta de que Deus estava bêbado quando criou os seres humanos, considero impossível que alguém faça uma merda desse tamanho estando sóbrio e se até hoje ele ainda não apertou o botão vermelho do apocalipse e, pois um fim nessa porra, é por que vive em constante embriaguez, ou seja, Deus é alcoólatra.
UMA PEQUENINA NOTA REFERENTE AO “FATO” DE DEUS SER ALCOÓLATRA.
(Hum... “Feito a imagem e semelhança de Deus...” Sendo assim eu sou mesmo... rs.)
Uma tsunami gigantesca, um terremoto, um meteoro, tantas possibilidades destrutivas, mas ainda assim nada acontece e o vírus humano se propaga, multiplica-se e se espalha, e pensar que ainda temos a pretensão de conhecer outros planetas... Por que, não basta apenas destruir um? Definitivamente nossa ganância é tanta que alcança até as estrelas.
E por que diabos esses alienígenas não invadem logo a terra? O que estão esperando, será que não conseguem enxergar que se esperarem demais não vai restar nada do planeta para eles, pois já teremos destruído tudo? Ora, vamos, senhores intergalácticos, apressem-se com a invasão. É claro que existe a possibilidade deles serem criaturas pacíficas... Então se afastem daqui, sumam e esqueçam qualquer idéia idiota de fraternização conosco, os terráqueos, é impossível e eu já os advirto. Somos amantes da guerra e do genocídio, desconhecemos qualquer definição para a palavra paz, não a desejamos. Então se não quiserem ser dissecados, tornarem-se objetos de estudo, entrem nos seus discos voadores e sumam o mais rápido possível daqui.
Eu espero é que os alienígenas sejam hostis. Tenho certeza absoluta que depois de dizimarem toda a raça humana, eles encontrarão alguma utilidade para este planeta, poderiam criar um imenso campo de golfe ou um parque aquático... Sem dúvida quaisquer dessas sugestões é melhor do que o que temos feito.
Tenho certeza absoluta de que Deus estava bêbado quando criou os seres humanos, considero impossível que alguém faça uma merda desse tamanho estando sóbrio e se até hoje ele ainda não apertou o botão vermelho do apocalipse e, pois um fim nessa porra, é por que vive em constante embriaguez, ou seja, Deus é alcoólatra.
UMA PEQUENINA NOTA REFERENTE AO “FATO” DE DEUS SER ALCOÓLATRA.
(Hum... “Feito a imagem e semelhança de Deus...” Sendo assim eu sou mesmo... rs.)
Uma tsunami gigantesca, um terremoto, um meteoro, tantas possibilidades destrutivas, mas ainda assim nada acontece e o vírus humano se propaga, multiplica-se e se espalha, e pensar que ainda temos a pretensão de conhecer outros planetas... Por que, não basta apenas destruir um? Definitivamente nossa ganância é tanta que alcança até as estrelas.
E por que diabos esses alienígenas não invadem logo a terra? O que estão esperando, será que não conseguem enxergar que se esperarem demais não vai restar nada do planeta para eles, pois já teremos destruído tudo? Ora, vamos, senhores intergalácticos, apressem-se com a invasão. É claro que existe a possibilidade deles serem criaturas pacíficas... Então se afastem daqui, sumam e esqueçam qualquer idéia idiota de fraternização conosco, os terráqueos, é impossível e eu já os advirto. Somos amantes da guerra e do genocídio, desconhecemos qualquer definição para a palavra paz, não a desejamos. Então se não quiserem ser dissecados, tornarem-se objetos de estudo, entrem nos seus discos voadores e sumam o mais rápido possível daqui.
Eu espero é que os alienígenas sejam hostis. Tenho certeza absoluta que depois de dizimarem toda a raça humana, eles encontrarão alguma utilidade para este planeta, poderiam criar um imenso campo de golfe ou um parque aquático... Sem dúvida quaisquer dessas sugestões é melhor do que o que temos feito.
Sonhos reais.
Sonhos.
Escuro. A sala parece imensa, mas não consigo ter noção de suas medidas exatas e nem da cor das paredes.- que importância tem as cores das paredes?- Eu estou acorrentado. Eu penso em gritar quando sou surpreendido por uma abertura na parede que eu nem sequer sabia existir. O som chega forte e abrupto, ferindo meus ouvidos. Risos, vozes em uníssono. Pela fenda eu vejo pessoas que eu sei que conheço... Meus amigos, ao redor um bar, uma noite típica. Todos felizes, mas eles não vêem que estou preso. A visão muda diversas vezes, possibilitando-me ver tudo e todos... ao meu redor. Eu noto com assombro que estou observando eles de dentro da minha mente... A visão muda uma vez mais, meu outro ou verdadeiro eu olha para a mesa. Copos, garrafas e cigarros espalhados. Vejo minha mão segurar um copo e erguê-lo até a boca. E todos sorriem. Todos estão felizes... Eu estou preso, ou eu estou feliz e sorrindo?
O cheiro forte da bebida alcoólica adentra pelas minhas narinas. Meus pés estão úmidos e eu não posso suspendê-los. A sala enche rapidamente e eu identifico o que é...
Lá fora eles continuam a sorrir. Felipe ou Tiago, diz algo muito engraçado, todos morrem de rir, até mesmo o outro ou verdadeiro eu.
O liquido invasor atinge meu peito. Em vão, grito desesperadamente.
Estou me afogando acorrentado dentro da minha mente.
Sonhos.
Um apoteótico deserto. Sede. Sinto minha saliva evaporar deixando apenas um rastro de fumaça, como uma ultima tragada de um cigarro. Eu corro, mas nada encontro além de dunas de areia, mas eu sei que ela esta lá, eu sempre soube onde encontrá-la...
Então eu a vejo.- meu Deus, ela já sabe caminhar... Eu perdi isso, eu perdi tantas coisas...- Ela acena com sua diminuta e rosada mão, esta longe, mas consigo ouvir a palavra que diz... Tenho lagrimas nos olhos. Elas também evaporam, como se eu não fosse digno de vertê-las. Esta longe, mas eu posso ver a espantosa semelhança que temos em comum... Eu corro em sua direção. Eu corro e corro e corro... Fico cansado e ela parece continuar tão distante como no inicio da corrida. Noto que na verdade eu não me movi um passo sequer em sua direção, isso porque eu não estava correndo... De alguma maneira eu fingi para mim que corria. Fraco demais... Eu a vejo sorrir, mas não um sorriso de reconhecimento, talvez um sorriso que ela guarde para qualquer estranho que finja correr...
Estou fingindo que corro em sua direção, porque sou fraco.
Sonhos...
Despertar?
Acordo.
.
Escuro. A sala parece imensa, mas não consigo ter noção de suas medidas exatas e nem da cor das paredes.- que importância tem as cores das paredes?- Eu estou acorrentado. Eu penso em gritar quando sou surpreendido por uma abertura na parede que eu nem sequer sabia existir. O som chega forte e abrupto, ferindo meus ouvidos. Risos, vozes em uníssono. Pela fenda eu vejo pessoas que eu sei que conheço... Meus amigos, ao redor um bar, uma noite típica. Todos felizes, mas eles não vêem que estou preso. A visão muda diversas vezes, possibilitando-me ver tudo e todos... ao meu redor. Eu noto com assombro que estou observando eles de dentro da minha mente... A visão muda uma vez mais, meu outro ou verdadeiro eu olha para a mesa. Copos, garrafas e cigarros espalhados. Vejo minha mão segurar um copo e erguê-lo até a boca. E todos sorriem. Todos estão felizes... Eu estou preso, ou eu estou feliz e sorrindo?
O cheiro forte da bebida alcoólica adentra pelas minhas narinas. Meus pés estão úmidos e eu não posso suspendê-los. A sala enche rapidamente e eu identifico o que é...
Lá fora eles continuam a sorrir. Felipe ou Tiago, diz algo muito engraçado, todos morrem de rir, até mesmo o outro ou verdadeiro eu.
O liquido invasor atinge meu peito. Em vão, grito desesperadamente.
Estou me afogando acorrentado dentro da minha mente.
Sonhos.
Um apoteótico deserto. Sede. Sinto minha saliva evaporar deixando apenas um rastro de fumaça, como uma ultima tragada de um cigarro. Eu corro, mas nada encontro além de dunas de areia, mas eu sei que ela esta lá, eu sempre soube onde encontrá-la...
Então eu a vejo.- meu Deus, ela já sabe caminhar... Eu perdi isso, eu perdi tantas coisas...- Ela acena com sua diminuta e rosada mão, esta longe, mas consigo ouvir a palavra que diz... Tenho lagrimas nos olhos. Elas também evaporam, como se eu não fosse digno de vertê-las. Esta longe, mas eu posso ver a espantosa semelhança que temos em comum... Eu corro em sua direção. Eu corro e corro e corro... Fico cansado e ela parece continuar tão distante como no inicio da corrida. Noto que na verdade eu não me movi um passo sequer em sua direção, isso porque eu não estava correndo... De alguma maneira eu fingi para mim que corria. Fraco demais... Eu a vejo sorrir, mas não um sorriso de reconhecimento, talvez um sorriso que ela guarde para qualquer estranho que finja correr...
Estou fingindo que corro em sua direção, porque sou fraco.
Sonhos...
Despertar?
Acordo.
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